domingo, 30 de outubro de 2011

Corte de cabelo em tempo irreal

Oh Zim, Zim, põe os olhos em mim!...

Imagino que já por muitas vezes o meu panteão de leitores deve ter-se interrogado: "mas onde terá a Tamborim Zim  feito aquele bonito corte de cabelo do perfil, onde terá sido, hum hum?". Bom, com a bonomia e a compreensão infinita que me caracterizam, daqui vos digo que o magnífico corte de cabelo do perfil, mimoso atrevido e alegre e viçoso, foi da minha autoria. Sim, sim, exactamente, fui eu que cortei o meu próprio cabelo, completamente sozinha, e vindo o dito de um comprimento bemmm grande.

Como sabemos, entretanto, a pilosidade não tem detença, e portanto cresce numa expansão, por vezes, a admoestar. Entendi assim que era chegada nova altura de dar uns simpáticos cortes às melenas, mantendo o penteado, a franjinha, etc., enfim, o estilo todo especial que pode ser apreciado no mencionado perfil. Se bem o pensei melhor o fiz, e lá as mãozinhas manhosinhas se me entretiveram, hoje pela manhã, a dar conta dos caracóis nascentes, em manobras ascendentes, descendentes, oblíquas, pretensamente horizontais, em escadeado, bom...O certo é que hoje me notei muito menos inspirada e com muito menos paciência para reencontrar o corte que tanto me agradou, e a conclusão gritava-me ao espelho: máquina, máaaquina, máaaaaaaaquina! Com as guedelhas espetadas, de banda, em suma, em desarranjo apocalíptico, enviei uma mensagem ao meu anjo salvador (entenda-se, a minha maravilhosa Mana), com SOS. Deveria a boa da Mana trazer para casa uma máquina de cortar o cabelo, pente 2 como mínimo. Para Vosso esclarecimento, antes que as rídulas vos marquem as atenciosas testas e frontes, há vários anos tive uma época de pentes 2 e 3, cortando e recortando sucessivamente (mas apenas em cabeleireiros), e gostei imensamente. Tenho tido saudades, mas hoje, ah hoje...à saudade juntou-se a  necessidade.

Ok. Perfeição de Mana, máquina nas minha mãos, e vá de proceder à ceifa. Ainda lhe dei umas boas arrochadas, mas a débil bateria caiu em inanição profunda e a maquineta cessou, exaurida, os seus trabalhos. Liguei a máquina à corrente mas, oh sim, a dita debatia-se, estrebuchava e desmaiava de fraqueza. Ligo à senhora da loja em que a dilecta Mana comprou a máquina e pergunto, cheia de cabelos por todo o meu ser e indumentária, se era normal a máquina não dar de si ligada à electricidade, por caridade. Que era normal, que deixasse por umas 400 horas (exagerozinho). Eu que o diacho é que já começara a cortar, e que já pensava levar um lencinho na cabeça para o trabalho, amanhã. Rimos as duas, eu e a senhora. Claro, pimenta no cucurucucu paloma do outro é refresco, ó lá se é!

Pois que mais posso adiantar-vos? Tenho passado este excelso Domingo a caminhar para a máquina, pegando-lhe com uma delicadeza subserviente, e vou cortando até a bateria ter fôlego; interrompendo-se o exercício, lá deixo a bichinha a carregar e volto ao fait divers do dia, que já incluiu responder a e-mails, mexer uma papa de amêndoa para colaborar marginalmente no secretíssimo preparo culinário que a Mana anda a teorizar e executar com iniciático frenesi, navegar na blogosfera onde bloggers de cabelinho bem cortado digitam as suas coisas ao contrário de mim, que pareço ter saído de um hospício de segurança máxima enquanto vos escrevo estas mal traçadas linhas.

Ah, ia-me esquecendo (lei de Murphy, lei de Murphy, lei de Murphy): numa das vezes em que procurara aferir da pujança da baby máquina, esqueci-me que não tinha encaixado o pente 2 e então...E então, minhas delícias, do lado esquerdo do crânio ainda tenho duas rodelas semi-máquina zero para não ter a mania que sou sofisticada. i47db cvkkvjptc+'njd

E aqui estou eu, pendente dos caprichos da  sensível bateriazinha. Depois vos conto mais. Se sobreviver a esta provação em vários actos.

8 comentários:

Lady Lamp disse...

Adorei este post. Tanto!!! :D

Pagu disse...

Grande post! Grande humor! Grande figura.

Quando cheguei a casa e vi a tua figura, temi pela tua sanidade mental.

Quando regressei a casa, os meus medos tinha razão de ser. Apresentavas duas pedradas carecas do lado esquerdo. Agora sim, pensei.

Mas, cmo se ainda não chegasse, dizes-me quie vais de lenço para o trabalho ou, muito pior, que vais pintar a pelada de escuro, ou infinitamente pior, que vais por pensos.

Finalmente, a noite trouxe mais um pouco de energia à aziaga máquina e a coisa ficou consumada.

Ficaste linda, como sempre.

Uma dama lindíssima.

PS. Ninguém imagina o que eu passei.....

Tamborim Zim disse...

ahahahah Lamparina e Pagu, muito obrigada! É bom saber q tenho companhia nestes devaneios capilares! Êta Pagu q delatanço hum??? kkkk

Tamborim Zim disse...

Ah, pssst pssst, Pagu: bondade Vossa, bondade Vossa, gratíssima serva, gratíssima serva kkkkk

Ana disse...

Wow, a sério? Que corajosa. Seria incapaz.

Tamborim Zim disse...

Ora, é mesmo só vontade;) Gosto muito. Mas tb qdo cresce, encaracola, enfim,gosto das várias fases, como das estações. Obrigada pela visita Ana!

Imperatriz Sissi disse...

Já me tinha interrogado sobre o corte de cabelo! Não é um look para toda a gente mas fica-lhe extremamente bem. Muito feminino e gracioso. Eu e o cabelo curto não combinamos, mas já me atrevi a dar-lhe umas tesouradas aqui e ali, porque as minhas melenas embirram com cabeleireiros e muitas vezes saem do salão exactamente na mesma. Ou pior - nem tal estado de histeria que ninguém faz nada delas durante semanas. Por isso, simpatizo com todas as mulheres que gostam - e sabem - tratar do próprio cabelo, como antigamente.

Tamborim Zim disse...

Muito obrigada Imperatriz Sissi, fico contente q tenha gostado. Compreendo bem o q diz sobre os cabeleireiros. Eu sinto sempre necessidade de uma mudança grande, senão n me diverte ir lá, mas é verdade q ultimamente tenho explorado mais a veia auto-didacta p estas matérias. E é divertido e tem algum encanto sim.