quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Com esta chuva todos os poetastros são pardos


Título do poeminha


Massa

Afia com dentes de chuva cálida e vento
Em vagar de tardes que nunca caem
O lápis vertiginoso e fiel das palavras
Guardião das tuas labaredas que, silenciosas
Se vertem sozinhas através da madeira,
Do olho de carvão
Deixa somente que o teu olho oceânico as vele,
Zele pela sua semente
E se acontecer que dele chova
Uma angústia, um desenhado presságio, uma saudade
Seja a rega e a vontade
De voar
E o sal

Esperarei pela tua lavra
Repousarei em atenção de ceifa
Ficarei sentada no muro das pedras milenares
Deste horto primordial
À porta do forno
De onde virá quente, glorioso
E fundamento do corpo
O pão do teu verbo

5 comentários:

Pagu disse...

Gostei. A sério que gostei.

Pagu disse...

Este post é muito bom mas o que eu quero saber é porque é que hoje não há postinho novo?

PREGUIÇOSA!!!!!

Tamborim Zim disse...

Muito obrigadinha mesmo pá:)
Quando à achega número dois, vide pf o post de hoje, dia 10-11-2011. Agradecidíssima ao cubo.

Anónimo disse...

"De voar
E o sal"

grata por partilhares estas delícias, Tamborinzim

Tamborim Zim disse...

Oh!... Delícia é o teu comentário. Muito obrigada e fico feliz por gostares.