quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O prazer do labor


Doutora Internet tudo explica...

Examinar as copiosas páginas dos dossiers, deter-me num documento de letra miúda. Imprimir, sequenciar, esquematizar, calendarizar. Telefonar ao parceiro francês; telefonar à parceira francesa; escrever ao húngaro, responder ao estónio, perguntar ao inglês, conversar com o tunisino. Assinar relatórios, mandar para assinatura, carimbar, enviar, acusar, avisar. Congeminar cenários, corrigir tabelas, acrescentar textos explicativos, responder a comentários interrogativos, rever tudo e colocar pacientemente à consideração de todos os parceiros. Responder a questionários, pedir respostas, enviar relatórios, travar conhecimento com diferentes bases de dados e solicitar levantamentos com centenas de resultados. Preparar reuniões, antever reuniões, telefonar outra vez ao parceiro francês. Trocar ideias, ler pontos de situação de coisas de que nunca ouvi falar, redefinir tarefas. Ler textos, editar textos, pedir inserções de editais na base, atender telefonemas sobre editais, regulamentos, regras, dúvidas, inquietações e inventivas. Esquematizar uma apresentação e pesquisar o significado de conceitos, siglas, programas. Estudar programas-quadro, observar boas intenções, diferenciar interesses, compreender ditames estratégicos. Apresentar ideias, adicionar sugestões. Fazer quadros, ler em linha recta e ler na diagonal. Pensar nas melhores formas de contribuir com actualização, modernização e reflexão crítica. Idear acções conjuntas futuras, pensar nas temáticas preferenciais a abordar. Participar na criação e aplicação de políticas de ciência e tecnologia. Repensar, aprender, perguntar, responder, defender, rever, remeter, acrescentar. Aprender, aprender, aprender. E ademais, aprender.

Trabalhar também pode ser um prazer.

1 comentário:

Pagu disse...

Pois....olhe, nem sei que lhe diga.

Poder até pode, mas não é a mesma coisa...rsrs