segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Sabia que ia gostar muito mas amei



Nadine Nortier em Mouchette (Robert Bresson, 1967)

Lembram-se deste post? Após múltiplas investigações, pesquisas, labores, e finalmente ao cabo de uma viagem transatlântica, gentilmente trazido a pedido, ofertou-me a minha infindável Mana o filme cujas últimas cenas vira em Outubro e não esquecera, Mouchette.  Contei-vos que a realização é do Robert Bresson, e que a marcante interpretação principal coube a uma actriz não profissional (era essa a preferência de Bresson), Nadine Nortier.

Esta noite (bom, a noite de ontem e a madrugada de hoje), vi o desejado filme duas vezes. Seguidas. Simplesmente porque tinha de estar outra vez perante a presença da menina Mouchette (incrível que na realidade já tivesse 18 anos quando fez o papel!), de novo ante a sua face triste, os seus passos definitivos e magistrais. Outra vez diante da sua tristeza, da sua ausência, do seu fado, da sua sombra na rua clara de sol e da câmara de Bresson.

Amei o filme, como compreenderão. Mas mais a ela. A ela, Mouchette.

Pergunto-me quantos mais filmes não teriam sido pontuados por este ingente rosto e por tamanho assombroso talento (génio) caso Nadine Nortier não tivesse nesta a sua única personagem cinematográfica. Gostava de saber por onde anda e agradecer-lhe por esta presença (ainda a palavra) rara. E que me tomou.

2 comentários:

Anónimo disse...

Sugestionado por este post também eu "tomei" o filme e gostei muito :)

Tamborim Zim disse...

Mas q bom! É o imenso valor das partilhas! :)