segunda-feira, 30 de abril de 2012

O que é que escolhe?

E por que não?

Pois é, magníficos leitores diletos, estamos sempre a escolher. Costumo dizer, da antiguidade milenar da minha sabedoria que jorra em ininterruptas cascatas, que escolhemos sempre, mesmo quando pensamos que não o fazemos. Quantas opções na vida não passaram por aquele momento formal, limpo, verbalizado, em que a escolha se diz, se apreende nas suas sílabas, anúncios, bem-comportadas inaugurações do espírito? Amiúde é mesmo nesses momentos que nos parecem vãos, de reclinação preguiçosa no sofá da vida, que as escolhas se dão. Silentes, mas com aquela força decisória que as faz influenciar os nossos dias de maneira determinante.

Há uns meses atrás, perante algumas situações que andavam a suceder-me, dei por mim a lavrar esta resolução, que talvez já tenha aqui deixado em alguma posta: perante o que achamos que devemos e podemos mudar, agir em conformidade; no que não podermos fazer mais do que o nosso possível, saber viver, da forma mais salutar e tranquila que possamos, com essa realidade.

Às vezes, as escolhas dos outros, mesmo dos que nos foram um dia próximos,entristecem-nos. Gostaríamos que fossem outras, que tudo fosse diferente, desejaríamos acalentar outros rumos. Que fazer, porém? Saber isso, sentir isso, transmiti-lo. A partir daí, cabe-nos compreender que, pelas escolhas dos outros, só esses outros podem ser responsáveis, e cabe-lhes o direito de optar.

E o que é que eu escolho? Bom, escolho sorrisos, risos de preferência. Escolho os amigos, os amores, os meus. Escolho acreditar que tudo pode ser tão diferente, e recuso anular-me por inevitabilidades falaciosas.
Escolho o prazer, a alegria, e a verdade, o imensamente grande conforto dos abraços bons.

E o leitor: escolhe o quê?

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