sábado, 29 de setembro de 2012

Momento vaidoseira

Tambinha quer

Este lindo vestido é da Ecouture, uma marca dinamarquesa que utiliza materiais orgânicos e que, como o nome indica, tem preocupações ecológicas, o que é sempre de saudar.
 
Gosto muito de vestidos e não é fácil encontrar um de que goste muito.
 
Só que por qualquer problema das arrobas entre si ou outra coisa que me escapa não estou a conseguir fazer a transação.
 
Znif.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Clarividências de Zim

Meus caros, duas notas da maior importância:
 
Primeira nota - Este blog já é acedido desde Hong Kong. Não é para todos, não é para todos. Saravá, longínquo leitor, seja quem for e qual for a razão ou desrazão da sua entrada neste labiríntico desacerto em forma blogueira.
 
Segunda nota - É bem verdade que é perante as situações que se distinguem as pessoas, entre si, e as suas relações connosco também.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

domingo, 23 de setembro de 2012

E se hoje...

- Não acredito que a Zim me deixe dormir em pazzzzzzz!...
(Desenho de Zim)

PCzismo

- Hum.


... nos deixássemos de Internet? Desligue o visor, leitor. Diversifique-se o existir.

Bom domingo!

sábado, 22 de setembro de 2012

Com tanta troca...

... estraguei o coiso da sondagem. Amuei e retirei. Ganhou a Letícia Sabatella (com dois votos).

Cosmética Alegórica

- Vejam os lapinhos de cor da Zim!
 
 
Ah, ah, pensavam que iria anunciar um creme dunca dantes experimentado, que me tivesse deixado trinta anos mais nova (aparentando, portanto, seis), e sem sombra de mancha ou rídula?! Nada mais errado.
 
Quer esta pequena notinha meramente chamar a Vossa atenção extremosa para o facto de haver algumas mudanças no visual da Alegoria da Primaverve. Um ano transcorrido, tipo e letra do título (e sua cor) alteraram-se, e também  a fotografia do header (não, não é a mesma, esta tem outros tons e permite observar os "cabelos" longuíssimos da minha pedra-tela), e uma das fotos laterais. Serei um pouco pueril ao informar-vos do detalhe, mas Zim esteve a brincar e pretende mostrar o resultado aos seus amiguinhos.
 
Um refresco outonal, por que não?

Piérias Pilhérias de Zim


Outambo

Sobre a terra quente
E dentre pomares de fruta amadurecida
Penso como é bom

Que este profundamente iniciático

Som suspenso

De Outono
Nos permita descansar num denso minuto

A ânsia enfeita-se demoradamente

Com vestidos e colares de folhas recurvadas e secas
As impressões de estio ofegam, sem estridor, impressas nas madeiras que sustentam o mundo

Enquanto progrido na paisagem quieta e cheia
De tonalidades díspares (porque é ainda jovem o Outono)

Bendigo as espessas folhas por não desperdiçarem a sua fresca velhice
Em limpezas de pele e liftings

E vou ler o Unamuno

Olá Outono!

Outono
 
Impressionismo
 
Le Petit Bras de la Seine à Argenteuil, Automne, Monet

Apenas entende e estima a inevitabilidade do contínuo desfilar das estações quem, num dado dia, foi tocado pela tristeza e pela saudade e subsequente necessidade de renovação e alegria e compreende, assim, a inelutabilidade desse ciclo, também dentro de si.
Esta gravidade introdutória não pretende, todavia, calar o grande contentamento que se me abate nestes últimos anos quando o Outono chega, enfim. Depois da secura, do calor e, é vero, de todas as coisas belíssimas do Verão, também apetece o pedaço do frescor, do contraste da luz, da diferente luminosidade, um outro indício de rio, uma outra sombra na água, etc., etc..
Já sabeis que prefiro os modelitos outonais-hiemais. É outra coisa, como compreenderão. Deixa-se a simples t-shirt e abre-se, na escuridão do guarda-roupa, toda uma série de novas possibilidades de textura, composição e conforto. Cada estação tem o seu conforto. Na meia-estação que anuncia épocas mais frias, apetece recompor os agasalhos, deixá-los mais à mão de colher, as bebidas reconfortantes falam-nos mais alto ao palato, bem como o seitan quentinho e o tofu picante...
A quietude, reparem na quietude. As pessoas ficam mais calmas sem a brasa da torreira de calor em chapa em suas augustas moleirinhas.
E a beleza, reparem na beleza, nas revoluções no céu, na pictórica alucinação das nuvens.
Meus nenúfares, um magnificente Outono para todos nós.
 


As estações do ano e a pintura

Hoje, logo pela manhã, aconteceu-me pensar nas estações do ano, e ocorreram-me as seguintes correspondências entre as ditas sazonais daminhas e estilos de pintura. À hora exata de início do Outono, 15:49, trataremos da que aqui se encontra em falta.

Ora então:

Primavera
 
Rococó


O Balanço, Fragonard*

Verão
 
Pontilhismo
 
?, Paul Signac
 
Inverno
 
Expressionismo


La Nuit, Chagall


* Toda a vida pensei que fosse O Balouço.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

John Wolf na Alegoria da Primaverve

Quem avisa, amiga é, e tinha chamado a atenção para a necessidade dos meus queridos leitores usarem um protetor estelar. Depois de várias entrevistas com que já me presentearam pessoas talentosíssimas e muito gentis, deixo-vos mais uma, ao escritor norte-americano John Wolf, que reside em Portugal há mais de vinte anos. Obras publicadas: Portugal Traduzido (edições Zaina, 2008) e A Reforma do Palhaço (edições Cosmos, 2011). Colabora, ainda, no blog http://oourico.blogs.sapo.pt/ .
 
 
Com o seu olhar fino, humorista e irresistivelmente crítico, John Wolf leva-nos ora à ficção ora à realidade, da fantasia à análise interpretativa de um povo e do seu devir histórico, sendo este último caso o de Portugal Traduzido. Entrevistei-o no meu Facebook, ora leiam:
 
Tamborim Zim entrevista... John Wolf
 
Escritor
“A fuga exprime-se não apenas no efectivo, mas na ténue possibilidade...”
 
TZ -John, muito obrigada por aceitar integrar este famoso ciclo de entrevistas tamborínicas! É irresistível começar por uma alusão ao seu livro Portugal Traduzido, especialmente nesta fase tão crítica: este País não corre o risco de ficar Lost in Translation?
JW - A crise que assola Portugal tem sido predominantemente medida em termos quantitativos, percentuais e materiais. Parece ter havido uma omissão intelectual intencional em questionar a matriz cultural do país que a conduziu a este estado de calamidade. Ao realizar um exercício de reflexão sobre o país, consubstanciado no livro Portugal Traduzido, refiro sem tabus que o país porventura se terá perdido na sua "versão original". Ou seja, os elementos idiossincráticos, os traços que desenham a identidade nacional terão traído o seu progresso e equilíbrio. Numa perspectiva ousada, mas que empresta uma imagem de como o elemento histórico pode condicionar o presente, e se desejarmos interpretar os factos à luz de um paradigma construtivo, poderei afirmar "radicalmente", que a epopeia dos descobrimentos, brilhante do ponto de vista técnico e estratégico, terá tido um efeito nefasto na construção de uma atitude de trabalho ao desvirtuar a ideia de ciclo económico. Descobrir ouro e especiarias, terá contribuído para alimentar no espírito Luso a ideia de atalho económico, de enriquecimento fácil no lugar de um conceito de esforço industrial continuado. Acresce à "presente" noção de plano tecnológico, desprovida de conteúdo, carregada de vanguarda e velocidade, a incapacidade que o país demonstra na sua auto-avaliação e na correcção de alguns vícios de comportamento. As dimensões que analiso são mais profundamente tratadas na minha obra....mas pecaremos sempre pela insuficiência analítica, um processo que tem de ser contínuo e desprovido de preconceitos.
TZ -A menção a uma "versão original" levanta-me outra questão: considera que faz realmente sentido afirmarmos que cada país tem um espírito próprio, uma natureza intelectual e sentimental diferenciada não obstante a homogeneizante globalização em que nos inserimos, ou trata-se de uma ideia mais romântica e que gostamos de manter como uma espécie de conto de fadas de identidade?
JW - No meu entender cada país tem um espírito próprio, uma natureza intelectual e sentimental. Contudo, a consciência dessa resenha ou identidade, é algo que está presente de forma diferente de país para país, numa dinâmica mais ou menos intensa. Nesse sentido e reportando-nos a Portugal, existe um certo saudosismo, orgulho e sentido histórico que comporta elementos de nacionalismo alusivos ao passado glorioso e imperial. Essa noção de passado tem condicionado os movimentos respeitantes ao futuro, na medida em que as ambições por vezes se desmesuram, de acordo com uma bitola de tudo ou nada, de recordes inscritos no livro de Guiness. E esse condicionamento comportamental tem ditado o rumo de um país que ainda não se deu ao trabalho de questionar os seus estilos de vida, a sua cultura e as razões para ter determinada "personalidade colectiva". A globalização é sobretudo um movimento transaccional de bens, mas não de identidades. No entanto, corremos o risco de ver as nossas "religiões políticas" se apropriarem de simbologias com vocação económica mas que nada têm a ver com os valores intrínsecos de uma nação, do folclore e da tradição tantas vezes reclamada sem se perceber para que fim, a não ser o fim em si.
TZ - Deslocando-nos para outro eixo: diz-se que muitos escritores estão sempre a escrever o mesmo livro (exagero que é, no entanto, muito expressivo). Queria saber quais são as grandes ideias ou conceitos indissociáveis da sua criação ficcional.
JW - Os escritores, mortais alvejados pelo passar do tempo, pelas circunstâncias e ideias, procuram eternizar-se e flutuar num éter misterioso, mas por mais magia criativa que possam ter para se distanciarem de si mesmos, a verdade irrefutável manifesta-se na impossibilidade de saltar fora da própria pele e renascer num outro campo fértil, onde uma outra cultura é lavrada. Os livros são a mesma pessoa. A tentativa de explicar o meu conceito criativo seria uma espécie de traição à revelia porque jurei que tal como os animais, os livros também falam sozinhos sem ajuda de aias. Prefiro não conceder o manual de instruções e oferecer um efeito que pode ser retratado pelos mais habilitados; por cada um e por ninguém. A fuga exprime-se não apenas no efectivo, mas na ténue possibilidade...
TZ -Da percepção e vivência das marés internáuticas e de redes sociais como o FB, diria que são espaços que se prestam mais a um comportamento genuíno e até confessional, a espaços, ou a uma feira das vaidades/superficialidades?
JW - A profundidade e a superficialidade são cúmplices de um mesmo engano, da clara decepção do encanto de um ou de outro. A confissão abandonou as paredes e ao fazê-lo deixou de o ser, para se converter noutro paradoxo oportuno, fácil de fazer e desfazer. E o que remanesce depois do mural? A lamentação por não se ter criado valor, que passe de um ser para outro, que instigue a memória, romântica talvez da demora do telegrama, da carruagem parada na pousada para a troca de cavalos, do amor perdido (que assim é que está bem) ao abrigo da vanguarda. E no amanhecer que não existe já não são duelos para nos esgrimirmos de razões, são outras coisas, devaneios de última hora como este aqui e agora.
TZ - "Nunca uma lágrima molhará e-mail ", na inesquecível tirada de Saramago. Zim, mas no despreocupado tráfico de notas, de pequenos bilhetinhos virtuais, ideias, gostos, no contacto inesperado com gentes que de outra forma dificilmente conheceríamos, não circulam também uma humanidade, uma certa puerilidade e uma alegria de descoberta válidas em si mesmas?

JW - Mesmo que aceitemos a ideia de inteligência artificial, representação social e alter-egos recriados no Facebook, nunca teremos uma filosofia digital. A descoberta efusiva do desconhecido que tão bem nos espelha, alimenta também uma noção conservadora de apenas lidarmos com os nossos "semelhantes", aqueles com quem partilhamos gostos e tendências, os que são tão parecidos connosco e que julgávamos não existir. Por outro lado, descortinamos um certo desespero existencial de quem está só e encontra o conforto da anestesia tardia, a altas horas, de ver o que se passa lá fora, cá dentro e no espaço que medeia esse sentimento e outro porventura mais grandioso. A descoberta em si é uma condição precária, insuficiente e mais cedo ou mais tarde a hora do confronto interior terá de acontecer. Por enquanto estamos entretidos e apenas fazemo-lo porque sabemos que queremos ser surpreendidos na rede ou fora dela....
TZ - E finalmente...alguma pergunta a que gostaria de responder e que não tenha sido feita nesta entrevista "entrelida"?

JW - A pergunta que refere jamais será colocada! Quando for apresentada deixará de o ser e deixarei de o ser - um ser expectante, de um lado apenas, incompleto, mas preparado com a resposta errada.

Sondagem Alegórica

Votem na sondagenzinha Beauté Alegórica mes petits, votem!...

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A mais bela das retrospetivas

Diletos leitores, queria estar a festejar o primeiro ano da Alegoria da Primaverve com outro élan, mas infelizmente fui acometida de um mal-estar físico generalizado que me bloqueou as forças. Entre fármacos e repouso, brindo-vos aqui com alguns dos momentos desta experiência, rigorosamente um por mês (já com o ar da sua graça do atual, vá!), que mais prazer me proporcionaram idear e partilhar convosco, meus "quitutes" (gabrielês de Gabriela). Não menciono aqui as entrevistas reais, uma vez que estas se encontram sempre em destaque, na barrinha lateral.


Setembro 2011 - Setembro de 2021, a Grande Entrevista – Uma Fantástica Antevisão

Outubro 2011 - Dia Mundial do Animal - As pequenas-grandes Entrevistas

Novembro 2011 - Todos os "ais" são nossos

Dezembro 2011 -  Uma Aventura em Serralves

Janeiro 2012 -  De uma implosão transmuscular

Fevereiro 2012 -  Les Magnifiques Aventures de Tamborim Zim

Março 2012 -  Incomunicabilidade

Abril 2012 - O anjinho

Maio 2012 -  O dinheiro é feio

Junho 2012 -  O fim do Mundo

Julho 2012 -  Relvas - o direito à defesa

Agosto 2012 -  A Diva Impressionista que eu Amo

Setembro 2012 - O Problema da Manif

Alegoria da Primaverve... o seu xodó blogueiro!

Um ano de Alegoria da Primaverve!

- Parabéns Alegoria da Primaverve! Obrigada amigos!
(Foto de Zim.)

E faz hoje precisamente um ano que a Alegoria da Primaverve nasceu! Como diria o outro, "o tempo ruge", e de facto tudo se passou num instante.
 
Numa altura em que vejo a média de acessos a aumentar simpaticamente queria agradecer, uma vez mais, a todos os seguidores, comentadores, entrevistados magníficos e, especialmente, leitores. Para mim são tão importantes quanto se fossem 200, 2.000, 20.000, ou 20.000.000. Tem sido muito divertido e um genuíno prazer.
 
Há, porém, três pessoas a quem desejo agradecer especialmente. Em primeiro lugar, e sempre irrestritamente, à minha maravilhosa mana Margarida, por comentar e apoiar aqui a banca de uma forma única e cheia de afã.
 
Os outros dois agradecimentos especiais vão para duas meninas queridíssimas, inteligentes, elegantes e com muito bom gosto, autoras de blogs instigantes e bem-humorados (e que se transformaram, também, em meus companheiros), e que dão a sua atenção generosa à Alegoria desde o início: Menina Lamparina e Imperatriz Sissi.
 
Muito obrigada também a todos os outros, em particular aos amigos do Facebook que vão sempre visitando o recinto.
 
Que venham mais uns decénios - milénios, diria...

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Bater no 20

- "Eu nasci assim, eu cresci assim Tamboriiimmmm!..."

Hoje uma querida amiga vira-se para mim, jocosa e arguta, e atira: "Tu querias era ser a Gabriela, não era?..."

Pois.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Antipatites

Boa ideia, e altamente recomendável!
 
Aqui, singelo porém reluzente leitorado, que ninguém nos ouve e muito menos lê, há algumas coisas a que não deixo de achar uma chilreante piadolazinha clássica:
 
  • Quando pessoas, geralmente mulheres (que não são nossas amigas), nos dão um olharzinho de viés estilo "enjoamim", especialmente quando acompanhadas de pessoas (oh, coincidência, também mulheres!), que não vão propriamente com o nosso facies; talvez porque as próprias também não vão, mas não se comprometam muito nessa assunção...
  • Quando mulheres (geralmente pessoas ah ah ah) amarram o burro connosco e nos presenteiam com o seu rostinho sisudo e antipático sem uma razão muito objetiva aparente, apenas uma difusão de antipatite muitas vezes endémica.
  • Quando mulheres (e às vezes senhoras eh eh eh) parecem sentir sistematicamente uma necessidade de nos comentar, fofocar, e denegrir um pedaço, sendo que nós temos a certeza que elas o fazem mas que as mesmas não podem jurar a pés juntos que o sabemos.
  • Quando se insinuam verdades sem se zangarem as comadres mas aquele brilho assassino brilha como a avidez dos abutres nos olhares.
  • Quando mulheres (raramente senhoras ihihih) nos resmordem um "boa tarde" como quem diz "vai à me...táfora", por pretensamente lhes termos retirado o direito a apoquentar toda a gente com alguma coisa - o que, como sabemos, deixa automaticamente de ser um direito.
  • Quando mulheres (geralmente com língua uh uh uh) nos miram e remiram sem qualquer discrição e não dizem nada.
  • Quando alguém nos acha genuinamente alguma graça mas prima por não admitir (lá muito).
Ok, dada a relação acima, é fácil ver que as mulheres se divertem muito mais umas às outras, não?
 
E face a tudo o que aqui consta, o nosso próprio olhar  a luzir como azeite, sardónico ou impassível, e uma certa bovinidade na nossa expressão capaz de incendiar um pouco mais o azedume (diria, até, azedismo, por me parecer militante e até ideológico) das nossas observadoras.
 
Poucas coisas incomodarão mais as almas mesquinhas quanto esta simples: estarmos bem e ou sentirmo-nos bem. Para essas é quase igual, e igualmente uma chatice.

domingo, 16 de setembro de 2012

Acorde perfeito

João Gilberto - The Master of The Bossa Nova
(Foto de Zim)

João Gilberto toca e (en)canta Este Seu Olhar (Antonio Carlos Jobim)
 
Eu podia deixar aqui no post de hoje muita coisa escrita, muita teoria, muita euforia, muito ti-ti-ti. Porém, limitar-me-ei a pontuar este fim de domingo com um minimalismo justo, ao estilo dos acordes elegantes, económicos e perfeitos do violão do João Gilberto.

Leitor, leia o que lhe escrevo porque não duro sempre: a experiência musical, estética, sentimental, da audição do disco acima, prodigiosamente fotografado por TZ, e que constitui uma preciosa coletânea de gravações entre o final dos anos cinquenta e o início dos anos sessenta do século passado, será das melhores que viverá na sua existência. Acredite.

sábado, 15 de setembro de 2012

O Problema da Manif

Obviamente que não deixo de estar descoroçoada: pelo estado da Nação, em geral, e pelas dificuldades particularíssimas que, sobretudo os de posses mais humildes, terão de confrontar todos os dias e cada vez mais. Quase toda a gente anda a ver no que pode cortar e adia compras, médicos, viagens ou comida, ou tudo ao mesmo tempo. Nem é preciso dizer que tudo isto é trágico, triste e, sim, revoltante.
 
No dia 12 de Março de 2011 fui para a rua, com toda a convicção do mundo, manifestar-me contra a precariedade e, também, contra uma austeridade que só tira e não auxilia quase ninguém - parece que os que mais têm não estarão muito mal.
 
O problema da manifestação deste 15 de Setembro, para mim, começou logo com a primeira parte do nome: "Que se lixe a Troika...". Sinceramente, o maior problema não é a Troika, apesar dos juros e lucros gordos que todo o sistema financeiro acabará por arrecadar com a "boda ao pobre". O maior problema é que, por causa da corrupção, da irresponsabilidade, do adiamento, da desatenção, da falta de cuidado, de pensamento, de previsão, de ética, de denúncia e de punição nada é julgado, sanado, arrancado pela raiz nesta terra. Empurra-se com a barriga, e em algum momento o que é assim empurrado (leia-se quase todos nós), acaba na ravina. Claro. Lei da gravidade.
 
E depois é o País, o pobre "paísinho". A alternativa ao governo vigente, no qual não votei porque, apesar de não haver partidos políticos perfeitos, votei PAN (essencialmente porque confio na seriedade do seu líder e na beleza do seu programa), é obviamente o PS. E obviamente porque em caso de eleições antecipadas não acredito que a resposta das pessoas, infelizmente, fosse outra.Ora sucede que se há figura com que eu não empatizo minimamente (para dizer apenas isto), é o António José Seguro. Francisco Assis, sim, tem a minha simpatia. Pondero aqui pessoas, mais do que partidos, apesar destes serem máquinas trituradoras infernais das melhores intenções. A ideia de ter um governo PS de novo, que vai seguramente continuar o caminho das restrições e das injustiças, e ainda por cima com o atual líder, é mesmo muito mal recebida por Tamborim Zim. Dizer o contrário seria mentir.
 
A triste verdade é que do que precisamos não temos. Não temos um grupo preparado, idóneo, a-partidário, que possa governar esta desgovernança, pelo menos temporariamente. Ou pode existir, mas não enquanto grupo organizado. E não me venham com os militares. Não quero. Podem vir como cidadãos, ou para defender os outros cidadãos de injúria ou ameaça física. Abjuro da violência, da negação de direitos, de malefícios de quaisquer das partes envolvidas e em risco.
 
É muito triste, mas realmente ainda não existe aquilo de que mais se necessita: um País equilibrado no seu povoamento, o interior operacional ao invés de desértico, o litoral regularizado ao invés de estéril na sua selvajaria descontrolada de gente e mais gente e penúria.
 
O nosso País precisa daquilo que todas as sociedades organizadas carecem, como de pão para a boca: de uma sociedade civil crítica e atuante, que não se organize apenas na rede social, que não se estruture apenas à força formal dos parágrafos, que seja diligente, defina, proponha, comprometa e faça. Certo, o Estado, o governo, etc.. Sem dúvida, mas estes desmandos já não se compadecem com isso. Se queremos diminuir o pesar de tantos, as carências de milhares, temos de fazer mais do que escrever, e bem mais do que lamentar.
 
É dificílimo, mas as coisas nefandas não vão desaparecer num sopro, nem com a verbalização consciente das verdades. No máximo, a consciencialização pode ajudar a alterar mentalidades. Para mudar realidades é preciso mãos à obra, que transfigurem o erro em acerto, ou numa melhoria que não seja tímida e que desencadeie outras novas.
 
Triste, mas do que mais precisamos estamos tão longe: de uma revolução mental e, principalmente, sentimental. Precisamos desesperadamente de sentir e de nos tornarmos pessoas melhores, nós e os políticos e os polícias e os médicos e os construtores civis. Todos nós.
 
Precisávamos de Deus, e de que exista, e eu tanto queria que sim - e ainda não perdi a esperança.
 
Até lá, compreendam... Face a tudo isto, esta Manif de hoje fala-me tão pouco, mobiliza-me tão zero, que não tenho forças para levantar o meu cartaz, "Contra o Desespero", e marchar para a rua. E provavelmente estou errada, e até posso arrepender-me, talvez devesse engrossar o movimento, o descontentamento, o "basta"! Mas sinto profundamente nessa massificação da negação, do contra, do não, uma oceânica impotência, que quase me amordaça ainda mais do que as medidas austeras.
 
Não pretendo ter razão. Era um desabafo.

Sondagem Beauté Alegórica

Letícia Sabatella
Linda Evangelista
Karina Lombard
Simona Cavallari
Débora Monteiro
Juliana Paes
Maitê Proença

Ora aí estão acima devidamente apresentadas as daminhas que foram sendo consideradas da equipa das mais belas ao longo de quase um ano (aniversariemos a preceito)!
 
Como sempre achei graça à partilha de impressões estéticas, deixo a sondagem aí na barrinha lateral. Há duas sondagens mas é uma só, apenas tive um problema técnico e não consegui adicionar mais opções. Podem votar em quantos nomes quiserem e quantas vezes quiserem, afinal... é subjetivo, depende do humor, da impressão, do golpe de vista. Ah, e eu também participo mas só posso votar uma vez, e numa figura.
 
Vão participar?

Fecha o 1º ciclo das daminhas mais belas com...

Maitê Proença
Continua deslumbrante!

Em breve teremos uma sondagem para aquilatar da Vossa excelsa opinião a respeito das beldades femininas aqui desfiladas... porque a beleza é um dos conceitos mais subjetivos e, por isso mesmo, encantadores.

Ainda uma outra das daminhas mais bonitas do mundo

Juliana Paes

Confirma-se.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Too sexy for my bag

- Baf, já não sou fashion! Znif!

De facto, assim não vamos lá camaradas. Não é desta maneira que este blog ascenderá algum dia à categoria fashion. Por que obscura e improvável razão?, perguntarão, estupefactos. Passo a elucidar.

Por motivos profissionais e portanto laboriosos, fui assistir a uma palestra numa instituição localizada na Baixa. (Sabeis-me alfacinha, apesar de cidadã de toda a Ecúmena - a Baixa é a de Lisboa.) Acabada a sessão, já pelas 19:00, decido ir ao Celeiro porque tinha grande necessidade de queijo vegetal (vegan, of course). Já no caminho para a Baixa me apercebera daquela movidazinha simpática característica da Vogue Fashion's Night Out. Cogitei, portanto, dar umas bordejadas numa ou noutra loja, mas no Celeiro as compras são como as cerejas, e saio com um saco bem cheio na mão. Antecipando a figurinha um pouco aquém do glamouroso que ostentaria dentre grupinhos cheirosos e bem vestidinhos que já rumavam às zonas de interesse, com o  meu bom saquinho de plástico bojudo, desisto e prossigo.
 
E é isto. Dona de casa é assim, dona de casa é assim, leitorado!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

"Moço bonito" *

Cazuza
Por que que a gente é assim
E de repente lembrei-me de uma frase - lembro-me recorrentemente - , que me atirou para um poema do Carlos Drummond de Andrade. Nada ou tudo a ver. A frase é "Prefiro toddy ao tédio", que vi há muitos, muitos anos, estampada numa t-shirt do Cazuza numa fotografia. Temos por aqui uma biografia sobre ele, penso que escrita pela sua mãe. A minha irmã gostou muitíssimo e disse-me que tenho de ler. À parte eu andar a ler pouquíssimo na última década (talvez agora a arrebitar um pouco), acho que no fundo atraso essa leitura. Sei que vou sofrer com ela, como sou feliz e sofro com a sua música, com a sua inquietude que é imortal. Porque, diletos, toda a gente com um mínimo de sensibilidade tem de identificar-se com muitos momentos a ferro e fogo do Poeta, da perdição à euforia, da luz ofuscante ao breu. E porque no fundo de mim tenho saudades da sua existência, e da respiração ofegante do Tom Jobim ao piano, e parece-me irracional, anti-natural, que não existam e continuem a criar incessantemente, abundantemente, insanamente. Obviamente que isso faz sangrar alguma coisa, e não pode ser de outro modo. Soube hoje que a frase do tédio é de Ledusha Spinardi.  
O poema do Drummond é o
  * Qualquer evocação da Gabriela é pura coinzzzzidência.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Ilhéus em Lisboa

Pois. Naturalmente que não vou maçar-vos com outra posta sobre a Gabriela. Há muitos outros assuntos para além da Paes...perdão, da novela. Neste momento leio mesmo um dos livros (para alguns o livro) definitivo de Miguel de Unamuno, Do Sentimento Trágico da Vida. De facto, isto de almejarmos a permanência e não termos fuga possível da finitude mói-nos os nervos. É como aquela gente retirante do início do século passado, coitadinha, a atravessar aquela necessidade para chegar à cidade grande. As peles tostadas, a pergunta pelo "porquê"... Gabrie-e-la...
 
Bom, devia ser a única cidadã aqui do bananal que desconhecia a rubrica radiofónica denominada Mixórdia de Temáticas, protagonizada pelo delicioso Ricardo Araújo Pereira, ou o Fedorento-Mor. Hoje a temática assentava na filosofia, e é impossível não ficar com os olhos humedecidos logo na abertura. E depois as explicações existencialistas do Malhão, ícone da indagação antropológico-filosófica sem igual. Bem verdade que por vezes, nas mais simples alminhas, nas mais cândidas ambições, podemos vislumbrar verdades ignotas, princípios arquetípicos desveladores. Caso, por exemplo, daquela pobre gente retirante do início do século passado, coitadinha, a atravessar aquela necessidade para chegar à cidade grande. As peles tostadas, a pergunta pelo "porquê"... Gabrie-e-la...

(P.S. - Isto é mesmo verdade: no Facebook recomendam-me que adicione como amiga uma Juliana Paes...)

11 de Setembro

Rosa para Setembro
 
Pois, lembrei-me agora por um blog que faz hoje 12 (??) anos desde esta data fatídica. Entre teorias de conspiração sempre em riste e em marcha, resposta armada, outras desgraças, polémicas e visões de mundo em choque, com a subsequente tragédia moral que os grandes choques encerram, fica a memória das milhares de vidas que se perderam, as imagens do desespero de momentos atrozes que, ano após ano, se repetem nas televisões por esta altura. Mil repetições alucinadas, sempre um novo horror.
 
Sim, sei bem o que estava a fazer quando soube da notícia: estava na praia, e tinha começado a ler Capitães da Areia. Interrompi com o telefonema da minha amada mãe que, como mãe que é, e desde Lisboa, pretendia saber se eu estava bem. Ainda fui dar um mergulho, mais para "esfriar" os neurónios que outra coisa, mas apressei-me a ir para casa e passei o resto do dia a ver as notícias. Nunca retomei este livro do Jorge Amado. Tenho de começar a lê-lo outra vez, mais de dez anos depois.

Quanto aos que veem neste assassinato vil uma lição, uma admoestação merecida, uma provocação quase a propos, só tenho a dizer: ainda bem que não vos morreu lá ninguém. Nem a mim. Sou apenas menos pétrea do que os defensores dessas visões mais "ousadas" da História e da dor humana.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Post pra Gabriela

 
Tom Jobim e Banda Nova em Gabriela


Hum, hum, nada mau. Dizendo melhor: gostei muito desta estreia de A novela, para muitos. As interpretações, claro, "pra ninguém botar defeito". A realização, magnífica. As paisagens, secas e sublimes. Uma vez mais, recordo a pintura seca, de uma gloriosa secura, de Guillaumet. Sim leitor, Guillaumet é estria que arde e que arde vendo-se, a ventar pela tela. Mas a Gabriela, Gabriela.... (ler e escutar em pensamento a voz de seda chique da Gal Costa). Tal como previra, a Juliana Paes está nas suas "sete quintas" - acesa retirante, toda cheia de expressão e totalmente cativante. Até a Maitê, a Maitê, a quem ainda não perdoei o despautério do vídeo deselegantíssimo sobre a tugolândia, está uma perfeita Sinhazinha Mendonça. A cidade de ilhéus, apetecível. A fotografia, tão bonita.
 
Também me lembro da intentona que foi, para mim, ler Grande Sertão, Veredas. A solidão dos rios, a impiedade da mata.
 
Saúde à Globo porque faz e deita cá para fora muita arte. Não é tudo, mas não será assim tão pouco.
 
Gabriela... Outra canção linda inspirada na história é a que fica aí acima. Nunca é demais rever momentos destes do Tom com a Banda Nova. Alegria e beleza infinitas.

sábado, 8 de setembro de 2012

Gabriela

Gabrielas

É um dos meus livros preferidos, de um dos meus escritores preferidos. Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado, apaixonou enquanto livro e novela. Se nos anos 70 Portugal parava para a ver (estreou em 75, um ano antes do meu advento), vamos lá ver o que ocorre agora. Bom, parados já estamos, mas por outras razões.
 
Como não vi a novela original, tenho uma natural curiosidade de ver esta nova Gabriela. O elenco parece-me convincente, e acho que a Juliana Paes foi muito bem escolhida para o papel. Porém, a ver vamos, como diz o cego.
 
"Amo o naturau Gabrieelaaaaa..."

É fazer as contas

- Isto já não há dígitos para ilustrar a Tugolândia...Hum...

Austeridade+desigualdade+alarvidade+generalidade+irresponsabilidade+impiedade+parcialidade+incapacidade+insensibilidade+amoralidade+iniquidade= estado tristíssimo a que chegámos.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A rapariga que gritava

Hoje estava a sair do trabalho e, enquanto andava, ouço uns gritos altíssimos de uma rapariga que passava do outro lado da rua. Aparentemente, ralhava com o volume alto que saía de um carro. Mas o curioso é que continuava; a ralhar, a gritar, a gesticular pela rua, numa raiva descontrolada. Jovem, vestida normalmente, ei-la com ar perdido e de um desconchavo preocupante. Eu continuava o meu caminho mas percebendo-a, mais ao longe, naquele estado, dei conta do sucedido a um polícia que estava ali por perto, alertando que a moça preciava de ajuda. O agente, sem grande convicção, tentou no entanto, com alguma insistência, chegar à fala com a desesperada rapariga. Esta, sempre muito assertiva e com voz forte, garantia que não falaria e afastou-se. Nessa altura abandonei a cena e segui.
 
Fiquei a pensar que se calhar devia ter, eu própria, tentando falar com a estranha transeunte, mas parecia-me tão alterada que tive receio de promover uma cena ainda pior e, pior, em impotência extrema. O que é que se faz num caso destes? 112? Resta-me esperar que não faça nada contra ninguém, nem contra si mesma. As pessoas estão doentes, e é doentio não podermos, aparentemente, fazer nada.
 
São precisas instituições para acolher e trazer à razão os bêbados da rua, os loucos, os desesperados, é preciso não deixar estas pessoas amotinadas à sua sorte. Urgente.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Saint Clair Cemin

Da Pureza ao Enigma - Saint Clair Cemin 
Sapere Aude - Saint Clair Cemin


Conheci hoje, aqui. Gostei. Também na escultura, Brasil, também.

Serviço público na Alegoria


- Abra os seus maravilhosos olhins, Zim.

Tenho a dizer que gostei muito do Instituto de Microcirurgia Ocular, nas Torres de Lisboa, em especial do Dr. António Limão. Atento, consciencioso, eficiente.

Quando se encontra um bom médico há que divulgar. Foi o que fizeram comigo e eu muito agradeço!

Deveres de autor

A lupa intransmissível


Não digo com isto que seja uma grande espingarda (também não vale a pena alongar-me muito nesta denegação porque toda a gente sabe que não há um leão à face da Terra que não se ache o legítimo Special One), mas a verdade é esta: não alinho em carneiradas. Prefiro analisar, mais ou menos demoradamente conforme os casos. E concluir, ou aguardar a conclusão, não temer deixar pendente. Numas ocasiões, os nossos insubstituíveis veredictos bebem diretamente numa vertente mais intuitiva e emocional sendo que, noutros casos, é a nossa translúcida (!) razão que nos dirige o processo. Seja como for, importa que sejamos absolutamente autores do que escolhemos, incluindo do que escolhemos sobre a visão dos outros.
O intento implica um procedimento praticamente gourmet: primeiro, há que retirar as cascas, o diz-que-diz, o zunzum. Descascar o que os outros enrodilharam já em torno de um qualquer ser (ah, e de nós próprios, nunca tenham essa dúvida cândida de impunidade quanto ao chilrear alheio!), limpar o mais possível para que o objeto de análise se nos torne, primeiro, mais e mais objetivo. Limpo de interferência, entregue ao seu segmento mais genuíno. Deixar expressar.  Aguardar espessar. Seguidamente, temperar a crueza do olho que vê o outro para que este se exponha com o nosso próprio sabor, em doses inteligentes e discretas. Lembrai-vos, leitorado, que estais em explorações. Anuir se for o caso, dar a boa deixa, ouvir, evocar. Ser verdadeiro no que se diz. Não se trata de nenhum tipo de apologia do cinismo ou da falsidade, não. Mas de uma dose elegante e, ao mesmo tempo, eficiente de travar conhecimento, de uma ou mais pessoas, ou situações. De operar uma regeneração de alguém, por exemplo, ou da imagem de alguém, relativamente ao que outros possam veicular acerca. Cada livro é e será sempre lido de maneira distinta, dependendo do leitor. Assim é com cada qual.
Deixar atuar o tempo, o rastro das impressões mútuas, a graça ou a indiferença ou a simpatia. Devemos manter-nos na nossa autonomia inteletiva, não ceder ao facilitismo da generalização: é o que se exige de quem quer ser fiel à sua construção o mais verdadeira possível. Sabendo que será sempre construção. Kant sabia.
Ok, daí... Certamente um conceito pronto a servir será formado na nossa mente, e da compreensão colheremos pistas e motivações, bem como as consequências para a nossa relação com o outro, com a situação, etc.. Pode mesmo acontecer que recomendemos e auxiliemos uma mudança de perspetiva a partir das nossas experiências bem-sucedidas.
O risco? Ser um outsider pela vida, um terra de ninguém. Can't care less.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Profissionalismo

Ver em direto exemplos de maravilhoso profissionalismo, dedicação, boa vontade e correção é não menos que bálsamo e inspiração laboral.

Brindo a isso.

domingo, 2 de setembro de 2012

O primeiro bolo vegan do mundo cozinhado por Tamborim Zim



Fotos de Zim

 
Pois meus diletos, um tem de multiplicar-se em talentos. Depois de ter fechado a Bake the Difference, talvez a única pastelaria vegan da Europa, se quero bolo de chocolate tenho de fazê-lo.
 
Graças a este site muito, mas muito jeitoso, dei de caras e olhos neste pedaço de mau caminho e pensei que tinha de fazer parte da sua vida. Ou ele da minha. Bolo de chocolate com um temperozinho de rum...
 
Posso dizer-vos que, não ficando tão bonito quanto o da simpática e talentosa Andrea, o meu não está nada mau em termos de textura (desfaz-se na boca, camaradas...) e sabor. Claro que treino é sempre requerido.
 
Continuo mesmo muito feliz por estar sempre a comer, a provar e a descobrir comida esplêndida sem uso de ingredientes animais e, consequentemente, sem contribuir para a crueldade aviltante de que toda a forma de exploração animal é responsável.
 
Go vegan, taste your ethics! E sabe muuuito bem.

Poema da treta


Não aguento
A má poesia
Nem sei se minto, por chamar poesia
A esse absíntico desgosto
Com o seu cheiro a mofo
Ou de super-novo, demasiado novo, vãmente púbere
E fosco alinhamento de coisas frustes
Urgiria então a fuga ao som de orquestras tonitruantes
Fazer-me aos remos, às velas, vencer os gigantes
Eu quero a maciez dos limos, das sedas palustres
Alívios, sombras de damas altas e lívidas
O risonho oblívio
Fadas bipolares, altivas
E, obviamente
Tudo o que parece distar centos e centos de espaços
E tempos
Daqui
Mas tudo para dizer que não suporto
A má poesia
É só por tanto errar, à míngua
Que vos massacrei com esta aqui
E bem conclui a vozearia:
Tudo se paga pela língua

sábado, 1 de setembro de 2012

Um quadro fascinante

Nu com meias vermelhas - Giuseppe De Nittis (1879)

Qual será a sensação de pintar assim, de contornar desta maneira, de posar assim, de alvejar o sublime, sendo alva? De assim reclinar e sem declínio, para sempre?

Amo.

Valsinha para Setembro

Olhem cá esta valsinha do B Fachada, a saudar Setembro.
Setembro (B Fachada) - CD: B Fachada
 

Alteração do estatuto jurídico dos animais

Queridos leitores, à luz do Código Civil português os animais são denominados como COISAS. Se acreditam que os nossos companheiros de existência são seres vivos dignos do nosso respeito e proteção, e que devemos estimar e honrar a sua senciência, por favor apoiem o movimento Alteração do estatuto jurídico do animal, criado por Paulo Borges no Portal do Governo. O registo é muito fácil, e podemos mesmo vir a fazer a diferença entre a irracionalidade e a razão.

Muito obrigada e abraços tamborínicos. Divulguem caso possam, por favor.

Walt Whitman...

... na barrinha lateral, na Jangada Poética da Alegoria da Primaverve, em momento não menos que sublime.

Setembro!

Ribeira
(Foto de Zim)


Uma das vantagens da idade adulta é o mês de Setembro não ter a mesma ressonância tristonha do fim de férias-início de aulas. Ah ah, agora é todo um fluir, com férias tão curtinhas, ao invés daqueles longos meses de estio e brincadeira, já estamos habituados à permanência laboral. Dessa forma, Setembro aparece com o calor morno (parece, contuno, que de morno não se tratará...) do que anuncia dias belos mas, em breve, a frescura outonal que, se antes a detestava, agora a amo. Aquele ventinho ao final do dia, a promessa de dias recônditos, agasalhados, os modelitos de Outambo-Inverno, os cacaus quentes, o clima não agressivo, pelo menos até pleno Inverno.
 
A meia-estação cativa-me cada vez mais. E longe estou do poético Outono da vida! Na verdade, todos estamos em todas as estações do espírito e do corpo, a espaços, independentemente das datas no BI ou Cartão do Cidadão. (Remate piério do melhor.)
 
Que Setembro seja recheado de boas surpresas, de paz e de saúde.
 
Feliz Novo Setembro, diletos!