sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Uma Bruna

Bruna Lombardi

Dentre a chuva cai
O último ente
O único duende do meu Símbolo
Não há nada que, monstro cicatrizado sedento,
O alcatrão não traga
Não roda
Não casa às costas
Não desfeita asa
Não anel
Não desquite
Não ombro com alça
Não mistério, vã notícia
Que o alcatrão não traga
Enquanto se esparge, raivosa e lúbrica
A extenuada metáfora de renovação
Da água
Nada
No mar desfeito de alívio
Uma tempestada lassa, a rasgar memorandos vitais
E expande-se em música lúcida, fina
A grande nuvem
Branca
Uma tépida impressão
De não se dever coisa alguma
Não água, não alga,
Algo que desague
Alma, bruma nenhuma
Ouviste, Bruna?
Nada.

2 comentários:

Pagu disse...

Pois eu que acabei de ver pela ésima vez O Signo da Cidade, sendo que desta vez descobri que o bonitão que perde as mãe é filho dela, olhos iguais à m~es, cara quadrada do pai), acho cada poema para a Bruna....uma benção.

Hoje com sessenta anos.....linda, cada dia mais.

Tamborim Zim disse...

Bom, o poemeto n era p a Bruna, mas dado o nome lembrei-me de ilustrar c a Bela. E sim, esse filme é realmente fantástico.