quinta-feira, 28 de março de 2013

A Pipoca é um exemplo de alvo do ressabiamento, mas apenas um ...

A felicidade dos outros chateia, não chateia? Chateia. Os bons casamentos alheios chateiam, não chateiam? Chateiam. O sucesso dos outros chateia, não chateia? Chateia. A luva branca do outro e não do mesmo provoca e chateia, não chateia? Chateia. As outras serem magras e giras e não sacas de batatas desistentes da passadeira chateia e encanita e, ainda, chateia, não chateia? Chateia. A inteligência alheia aborrece e a modos que chateia, não é verdade que chateia? Chateia. O brilho da alegria dos outros chateia não chateia? Chateia. A elegância dos outros chateia e quase que engorda e chateia, não chateia? Chateia. A superioridade moral belisca e chateia, não chateia? Chateia. A frescura sem idade irrita e sobretudo, especialmente e francamente chateia, não chateia? Chateia. A lisura incomoda e além de tudo chateia, não chateia? Chateia. O prazer dos outros chateia, não chateia? Não chateia? Não chateia? Chateia.
 
Mas então por que razão não hão-de os chateados optar pela clarividência da síntese e assumir que as suas próprias tretas os chateiam, para se libertarem das cujas e se tornarem, progressivamente, mais fãs de si próprios? Vá lá, não chateiem!

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