quarta-feira, 27 de março de 2013

Jesus Cristo

Cristo
(Desenho de Zim)
 
Independentemente do significado e símbolo que cada um atribua à figura de Jesus Cristo, filho de Deus e ou ser humano, terreno, o companheiro dos aprendizes, desvalidos e desprezados, do maior semeador do Amor e do "faz ao teu próximo o que gostarias que te fizessem" (e não do simplista e assaz cómodo "não faças aos outros o que não queres que te façam) é uma personalidade maravilhosa a que encontramos. A serenidade forte, a intervenção destemida e a denúncia da hipocrisia, paralela à renúncia absoluta de poderes seculares (que exemplo a ser seguido por quantos se dizem ministros religiosos!) nunca mais serão esquecidas pelo leitor das passagens bíblicas que descrevem a sua vida, uma aventureira, venturosa e também muito sofrida passagem por aqui. A persistência ímpar do pregador da Galileia, do comunicador que atraía multidões de tal forma tamanha que, por vezes, precisava de falar a partir de um barco. Um barco, sobre as águas. E na estaca uma morte dolorosa, indigna no seu contexto de humana violência e chacota, e reveladora da selvajaria de um lavar de mãos.
 
Os meus pais são Testemunhas de Jeová, grupo religioso que tem todo o meu afeto e respeito pelos exemplos que sempre conheci e pelos princípios seguidos, e hoje fui em família ao Memorial, ou seja, à comemoração da morte resgatadora de Cristo. Pão não fermentado e vinho puríssimo são passados de mão em mão simbolizando, respetivamente, o corpo e o sangue de Jesus. Um discurso, com a serenidade entusiasta caraterística dos discursos das Testemunhas de Jeová, cânticos e orações pontuam também a cerimónia. Fico sempre encantada, indo muitas vezes a esta celebração anual, com a receção calorosa das pessoas, a preocupação com quem chega, a alegria estampada nos rostos. Uma atmosfera para mim familiar, pois que privei com a mesma toda a minha infância, adolescência e verde juventude.
 
Como dizia, ainda que nos concentremos no Jesus homem (e eu gostava que efetivamente houvesse uma dimensão superior, e ainda não desisti de achar que pode ser possível, sim, que exista), a revolução de Amor, e a evolução na fé e na bondade são as grandes palmas que de facto saúdam a passagem de Cristo. O livro O Maior Homem que Já Viveu (publicado há vários anos pela Sociedade Torre de Vigia das Testemunhas de Jeová), foi também um marco significativo na minha aprendizagem emocionada do trajeto deste Homem, e recomendo-o irrestritamente.
 
Meditar sobre as implicações que os bons valores devem ter na nossa conduta, e na fidelidade ao que de bom acreditamos - nesta altura do ano, e sempre -, é puro ar. E há sempre algo de muito maior que nos atrai, a um tempo. E impele, simultaneamente. O mistério das revelações, a claridade do que se desvela.

2 comentários:

Menina Lamparina disse...

Tenho uma paixão assolapada por Jesus e soube tão bem ler sobre Ele assim. Escrito por ti, tem sempre outro gosto. :)*

Tamborim Zim disse...

Tanto grata, minha querida:) Mil beijinhos.