quarta-feira, 24 de abril de 2013

Tevê Cabo da Boa Esperança

Se um dia (e o mais certo é: quando um dia) deixar de ter TV Cabo, o canal que me custará deixar para trás será, definitivamente, o Mezzo. Não sendo um tipo de música que me prendesse desde sempre, podendo mesmo chegar a enervar-me com perigo e algum alarde, pela sua toada incisiva e incansável, devo contudo admitir que cada vez gosto mais de jazz.
 
Fico a deambular nas melodias, nas dissonências, e vem-me à mente que como que se viaja. O próprio jazz parece-se com uma demanda aventureira, na qual nunca sabemos onde chegar, mas onde somos arrebatados pelo processo. E há tanto de tocante, de pele e de tato nos emaranhados doces e agrestes desta música, que enreda mais do que afasta, menos esclarece do que galvaniza o prazer físico do mistério.
 
Mezzo. Sem fim. Sem princípio. Devir e jazz está.

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