sábado, 10 de agosto de 2013

Parabéns mim, Diva Tamborim


As pouquíssimas vezes que uma pessoa agenda posts motivam sempre uma grande excitação, acho isto o máximo.
 
Apre que o tempo avoa, diacho! Ainda há um ano andava à procura de uns balõezinhos simpáticos para ilustrar os 36, e eis senão quando...pumba! 37 nas ventanas que é para não andares distraída, pariga. Salve Zim, salve Jorge Amado, que também faria anos neste dia! Tem ao menos a virtude de ter um 7 no meio, número de que gosto assaz.
 
Tendo 30 sido a idade que mais gostei de fazer, não sei se algum dia acharei tanta graça a outra. Talvez...40? (Hum, não me parece.) Bem, o que é que posso desejar senão o melhor?
 
É isso.
 
O melhor que seja, que venha, e que o sejamos.
 
Brinde a todos!

Tambo Marple, a Vetusta

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Paulo Borges, Lisboa, o Mundo

Prof. Paulo Borges
 
Paulo Borges, líder do PAN, presidente da União Budista Portuguesa, filósofo e professor de Filosofia com ampla obra publicada, divulgador-mor de Agostinho da Silva, entre muitos outros bons afazeres, é candidato à Câmara Municipal de Lisboa.
 
Tem o meu apoio, e o meu voto. Pessoas de bem, guiadas por valores éticos e de compaixão, de vontade de reconstruir efetivamente mudando, e não mimando uma ordem caótica e vergonhosa de desmandos, são precisas. Essenciais como a água.
 
Às vezes fico apreensiva por vê-lo nas lides políticas. Mas percebo totalmente por que razão optou por uma aventura distinta das que já trilhava. Ou não tão distinta assim, já que o que pretende é apenas (e oh, enorme apenas!), praticar estruturadamente, e para o bem de todos, aquilo em que mais profundamente acredita. Luxo só.
 
Boa sorte Professor.

A menos de 24...

 
Robert Reid - Fleur de Lis
 
... horas, não tabefes, imaginoso leitorado!
 
Muito próxima de abraçar aquela ideia, aquela velha e sempre renovada noção de ter tempo, tempo, tempo... para fazermos o que queremos e só.
 
No meu caso, vai saber-me a seitan! Depois de uns últimos tempos tenebrosos, ando a reconquistar a minha natural audácia e noutro dia, ao caminhar para o trabalho de manhã, só pensava em quanto é importante termos a consciência de sermos livres. Sê-lo é, desde logo, assumir a consciência, dentre tremores e tremuras, receios e agruras, de que podemos e devemos autodeterminar-nos. Em liberdade, o que para mim significa fidelidade ao nosso fundamento. Se tudo for pelo cano, se a vida entortar, se sombra de euros não virmos um dia? Teremos de nos levantar. E relevantar, e relevantar e revolutear todas as vezes para não só nos sabermos, mas sermos, um complexo dinâmico de inesperada deflagração de vida e de resposta. Mas já me deixei levar pelo ribeirinho fácil da minha vervalhada... (Ah, e a Sara Carbonero não está cada vez mais bonita??) Bom, dizia que me saberá a seitan. E bem literalmente porque, aliás, já o comprei. Entre outras belíssimas provisões para quase vinte dias de campo, campo, puro campo e mais campo. Passear pelos bosques, andar de carro com os meus amados dentre as serras, fazer piqueniques na floresta, ler embrenhada no verde, ler na rede, ler nas folhas-sublimes-mãos das acácias... Regar flores, regar feijões (espero que os haja na horta), regar-me também. Fotografar a respiração da terra, competir em atenção com a aranha, vagabundear somente. Cozinhar com calma e improviso, surpreender com novos pratos, almoçar na varanda com um cenário de desenho animado... casinhas dentre pomares, casinhas dentre arvoredos, casinhas sobre colinas e debaixo de uma tela azul de céu. E aspirar a noite, e respirar as estrelas, deixar que invadam tudo, o quarto, a casa, as paredes, ver as casas como estrelas ao som dos grilos e do silêncio perfumado das rosas entreabertas e das borboletas poetas.
 
Nem quero pensar no momento de regressar de lá. Porque, mesmo com três viagens laborais para três destinos instigantes (especialmente um deles, vá, porque amo Veneza) logo a seguir, tudo isso me parece francamente pouco comparado com a grandeza daquele campo, o meu campo, aquilo que penso quando penso em campo. Por isso, serão dias a tecer e a fruir mui longamente, esperando que me facultem luzes, que me enviem sinais, que me ajudem a prosseguir o melhor possível enquanto ser livre, esteta, doido e ético. Que é o que sou, e o que quero ser.
 
Vou redigindo tamborinices, quando me aprouver, no descompromisso de sempre da Alegoria.
 
Entretanto, milhões de votos de maravilhosas férias para os meus queridos leitores, de todos os cantos da ecúmena (e sei lá se não de Marte, Júpiter, Plutão)!

domingo, 4 de agosto de 2013

O portento da Pornopopeia

Pornopopeia, Reinaldo Moraes
Ed. Quetzal
Reinaldo Moraes

Cerca de quinhentas e oitenta páginas na conturbada mas e por isso irresistível companhia de Zeca, um "cineasta/roteirista/chave-de-cadeia" que nos leva de uma bafienta S. Paulo à aparente pacatez do litoral em busca de salvação para os imbróglios em série de que é refém, de formas mais ou menos abstrusas e improváveis. Ou não muito prováveis. Ou até um pouco prováveis, mas mesmo assim de espantar um e de o por realmente a mexer para o mais longe possível. O pior é a fuga de si mesmo e do que, nas palavras do autor, se traz "na jaula do peito".
 
Não se engane o leitor na sua casta entrada em tal opípara pornocomédia: seguir-se-á um festival totalmente doido de humor, inteligência, ironia desconcertante e suspense. A minha irmã já me tinha dito que chorara a rir, eu ri muito, alto e silenciosamente, e sorri abundantemente. O registo é inesquecível, sôfrego e totalmente conquistador. Na pureza, leitor, dê várias chances.
 
Folgo em saber que há tantas formas de escrever. A qualidade ao comando da diversidade é tudo o que é preciso e Pornopopeia, mesmo com todo o muito peso do prefixo, tem-na para dar e vender. Curiosa para ler mais deste boníssimo malandro literário, o paulistano Reinaldo Moraes.

E como é bom voltar a ler!