quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Maravilhas da leitura

Das novas leituras, falta O Dia dos Prodígios, de Lídia Jorge


Já antes de ir de férias tinha partilhado com os meus algodónicos, raros e benquistos leitores que o velho hábito de leitura me reabitava novamente. Aqui e aqui têm um exemplo das minhas fruições dessa altura.
 
Em época de féria campestre sempre foi habitual ler muito, e nestas quase três semanas tenho o prazer de anunciar que li o belíssimo número de sete livros. 7. Este numero disse-me um bocado nestas férias, e espero que continue a dizer... completude, perfeição. 37 anos. 7 livros. 7 frases. 7 polos. Hum, a seu tempo, a seu tempo. Hoje é para os livros.
 
Ei-los aí, na foto acima. O monumento A Descoberta do Mundo - Crónicas, de Clarice Lispector, não integra os 7, porquanto ainda o não terminei, se bem que tenha chegado às mais de 300 páginas ainda em férias. Para além dos livros que podem ver na fotografia, reli A Ilustre Casa de Ramires, do enorme Eça, e o livro com duas histórias Poirot Desvenda o Passado/ O Mistério das Cartas Anónimas, da gigante Agatha Christie.
 
O preferido? A Ilustra Casa de Ramires. Soberbo, refinado, rico, o encanto habitual queirosiano, a expandir-se a cada releitura. Uma excelente surpresa foi Elizabeth Gilbert com o seu Comer, Orar, Amar; não vi o filme, pelo livro posso falar e está notável e tão bem escrito! A minha primeira experiência com Lídia Jorge foi não menos que impressiva e muito boa: O Dia dos Prodígios, o seu primeiro romance com trinta e poucos anos. Grande! Claro que achei 1984 de Orwell um torvelinho genial do equívoco em flagrante, mas dentro do estilo mantenho-me fiel a Huxley (que gostou muito de 1984) e ao seu Admirável Mundo Novo. Relembrar o charme de Agatha Christie, a época glamourosa das suas histórias e a sua mente cheia de inventiva foi um intenso prazer. E quanto à dupla Kerouac/Burroughs E os Hipopótamos Cozeram nos seus Tanques ? São muito bons, sempre a atmosfera livre, rebelde, frágil, ingénua, companheira, rocambolesca e que se cola às nossas memórias com extrema eficiência. Eles bem sabiam o que narravam. E para finalizar, uma mimosura, a singela coletânea de poemas populares de Carolina S. Neves, Pedaços do Coração. Foi publicada pela Câmara Municipal de Pedrógão Grande (saravá, querida Pedrógão), e canta uma vida plena, de uma mulher dedicada à sua família, amigos, terra e talento poético. Os Troviscais, sua terra natal e onde sempre viveu, são descritos com amor, e o apelo da natureza atravessa todos os textos.
 
E assim foi. Um brinde aos livros, e aos que nos desenham estas viagens aventureiras via palavras, para nossa demanda e deleite.

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