domingo, 24 de novembro de 2013

Apesar dos vastos males do vasto mundo

Da fome, da miséria, da crise, da troika, da cuca maluca, do crack, das croques, do excesso de carros e de motas, do desconforto, dos rigores do frio, da chateação laboral, do diminuto tempo dos fins-de-semana, há coisas que paulatinamente se resolvem. Como esta:

 
ganhei um lindo roupão! Grata mana!!!
 
 
É azul. E mais não digo.

sábado, 23 de novembro de 2013

O rap hiemal

Tambo a "cantar" em Viena


Oba oba
O frio já chegou
Na rua está ventinho
E o sol já se evolou
Oba oba
O outono já foi
Agora todo o dia
É um tal frio que dói
Traz o sobretudo venha a alpercata
Esta rajada devora-nos à farta
Epá epá mantenham a distância
Um espirra e vem miasma
Cuidado com a ambulância
Oba oba, venham  xaile e chá
A mim só me convém
A mantinha em tafetá
Apre, apre
O rigor vem da janela
O melhor é eremitar
Ou nadar na panela
Oba oba
É a castanha assada
Não que goste do sabor
Mas com o frio não digo nada
Traz o sobretudo venha a alpercata
Esta rajada devora-nos à farta
Eia, eia, venham  xaile e chá
A mim só me convém
Afundar no sofá
E repeat e repeat e repeat....

domingo, 3 de novembro de 2013

O que eu queria

Uma das preciosidades de Renoir
 
Nada como uma dominguinha a raiar para um começar logo num ressabiamento crescente com o que vai ter de aturar na semana vindoura. Não posso ser complemente injusta, já que a semana me levará a uma das cidades mais amadas: Paris. Mas assim no geral, entendeis, sabeis o que eu queria?
 
Queria mudar-me com os meus poucos pertences, de mala e cuia, para o amado campo, o centro, o coração da natura. Lá teria como vida frentes várias e todas no ativo, porquanto receberiam o fôlego da motivação de quem vive como quer. A terra seria cultivada com grande intensidade. A cozinha clara e com vista para o pinhal encher-se-ia de olores maravilhosos de doces vegan. Cacau, bolos, açúcar amarelo, mousses, oh! Tentaria vender esses produtos, e talvez me dedicasse a uma coisa que me interessa: "jóias" naturais. Pulseiras de casca de eucalipto, anéis de corcódia, pedras, terra, flores. Exploraria, cientista amantíssima, as virtudes das boas ervas, venderia chás (chás de facto e não infusões).
 
Depois escreveria, e leria, e ouviria música, e veria filmes e séries e, mais importante, passearia até que se instaurasse uma sintonia diária com a Natureza e com um novo ritmo vital e existencial, que conheceria nuances quando me apetecesse (e pudesse!) viajar um pouco mais longe.
 
E queria, claro, a eternidade em vida.
 
Isso era o que queria, camaradas.
 
E ustedes?