sexta-feira, 25 de abril de 2014

O 24, o 24!

 
A propósito do meu post sobre o 25 de Abril, deixo-vos esta pérola, que tudo diz sobre o tema sem ser preciso mais nada:
  
Poema-mensagem de Rui Zink *
 
 
Celebremos 24, o dia em que estávamos mudos.
Bons tempos, não o sabíamos,
mas éramos felizes assim
não havia cá complicações
Emigrava-se, trabalhava-se,
era tão bonito assim.
Celebremos 24, o dia em que estávamos mudos
éramos felizes e não sabíamos
uns sacanas duns sortudos
não sabíamos o que queríamos...
estávamos melhor assim.
Celebremos 24, data maior e verdadeira
se a liberdade é uma canseira
e a democracia a parte gaga
já o silêncio vale ouro.
Voltássemos hoje a 24
e a dívida ficava paga.
estarmos sossegadinhos
era o nosso maior tesouro.
A guerra? Era lá longe
e eles gostavam de nós
Mandava em nós um monge
vivíamos orgulhosamente sós.
Celebremos 24, o dia em que estávamos mudos.
 
 
 
* Publicado no seu Facebook.
 Obrigada pela liberdade de o publicar aqui!

Outro 25 de Abril

Dez anos. Bandeiras nas janelas, um país em êxtase, mas isso teria sido depois. Primavera de túnica vermelha e fita, aquela aragem fria e a camisola. Onde estará a camisola, e o cheiro, qual será a memória do Tejo a respeito? Testemunha do silêncio e do verso. Uma Primavera sem estiar, bilhetes,  adeuses, offline.  O meu coração batucada, percussivo como nunca, acho, nunca. Chocolates, tarde, surpresas, mousse, história, CV na mesa, e a sucessão do abandono a perfilar-se na outra margem, numa Outra Margem que desconhecia. Dez anos, Abril, "ao luar e ao sonho" de Campos, Pessoa, ainda bem que existes e me nos compreendes. O tempo revolve-se, hirsuto como sobrancelhas, às vezes melífluo como licor.
 
Sim, Kant, liberdade para a Liberdade.  Que seja sempre essa a bandeira nas janelas e a flor nos corações em Abril. Qualquer Abril. De qualquer pessoa.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Viva o 25 de Abril - mas claro que sim!

Do tamanho de Abril
 
 
Especialmente quando chega esta altura, multiplicam-se por hábito as vozes "do contra": que o 25 de Abril não me deu nada, que a liberdade não me sustenta, que não há democracia, que antes é que era bom ou, então, que não era tão mau assim. Naturalmente, repetem-se os argumentos de que a difícil situação atual de Portugal e da Ecúmena se deve à mudança de regime, leia-se, de ditatorial para proto-democrático. (Claro que o 25 de Abril de 1974 foi uma alvorada, uma preparação, obviamente preciosa por esmagar a cabeça do monstruoso Estado Novo, velhíssimo, caduco, senil e criminoso.)
 
Só posso atribuir a este imenso desfilar de disparates duas desrazões injustificáveis: ou quem o diz padece da mais elementar ignorância histórica ou, por pretensão de alinhar com os "velhos e tradicionais tempos", e por vocação de alinhar com o status quo e com o "sim senhor", prefere identificar-se com o que o bom senso, obviamente (Humberto Delgado I love you), repudia.
 
Cabe-nos tentar a nossa parcela de luminárias e explicar que a culpa do abuso da liberdade não é haver liberdade, que a falta de elegância não deve à democracia os seus desvarios, que a pobreza não agradece a ditaduras obscurantistas, e que guerras idiotas não são o sustentáculo de um nacionalismo são, e muito menos de uma Nação. A forma de organizarmos e cultivarmos as nossas cabecinhas, a parvoíce social e a inépcia político-partidária, sim, são os fautores de tais descritos incómodos.
 
Kant dizia, com o seu brilho e acutilância únicos, que é necessária a "liberdade" para se aceder à "Liberdade". Deveras. Só com a oportunidade da expressão do livre pensamento, da livre defesa religiosa, política, social, sexual, estética, pode o homem cumprir a sua Humanidade. O sistema é nauseabundo e nefando? Claro. Seria melhor se ninguém pudesse levantar a cabeça, e usar a dita cuja? Seria melhor a vilania das prisões, torturas, mortes e exílios por se pensar ou agir diferentemente do que um grupo de gente quer? É isso mesmo, é a pacovice da União Nacional e da sua Cartilha anómala, que os exauridos de Abril consideram sofisticação?
 
Em mudança, e sobretudo em mudanças paradigmáticas, cometem-se erros também, e que não são desculpáveis. É isso que mancha a essência da mudança?
 
Note-se, eu não sou uma democrata natural, por assim dizer. Aqui, cito sempre os Delfins, e Churchill, está-se mesmo a ver. "Nunca gostei que a maioria organizasse o meu dia a dia", cantam os primeiros avisadamente, e todos os outros regimes são piores do que a Democracia - paráfrase minha para Winston.
 
Posto isto, viva o vermelho vivo dos cravos, vivam todas as mudanças que permitam minorar injustiças e promover o potencial do melhor que a humanidade pode mostrar!
 
Viva a Liberdade. Hoje, e sempre. Viva o Humanismo que nos falta compreender, amar e burilar, e que eu diria ser a canela para acrescentar aos cravos.  Gabriela. Mas a Liberdade não tem género.

domingo, 20 de abril de 2014

A Pipoca... e o Ermida Gerês Camping!





Ermida Gerês Camping... também me apetece voar para lá! 



Como sou esta blogger errática que os meus leitores, lá bem no fundo, tanto apreciam, não vos dei conta de um post maravilhoso da Pipoca Mais Doce na sua rubrica Negócio da China... mentira, é português.

A Pipoca foi fabulosa e este parque de campismo rural bem o merece, como já tenho vindo  dizer.

Este mês, o campeão do mundo Carlos Sá dará um brilho especial às imediações no Gerês Trail Adventure, a realizar este mês, e que passa no Ermida Gerês Camping!

sexta-feira, 18 de abril de 2014

O regresso... na TVI !

 
Queridos, desprovidos de mácula, sobejantes de glamour, diletíssimos leitores - eis-me aqui!
 
Tenho de dizer que, relativamente à minha amada Alegoria, me vou sentindo cada vez mais como aquela canção que os Kid Abelha tão bem interpretam: "(...) sou errada, sou errante, sempre na estrada, sempre distante...".  Acresce à ausência o facto do regresso (se compromissos, já sabem, gosto da nossa relação aberta e libérrima), vem com um pedaço de egocentrismo porquanto vos mostra, ao vivo  a cores, a minha participação no programa A Tarde é Sua, na TVI, usualmente apresentado por Fátima Lopes mas, nestes dias, por Iva Domingues. Hiperidrose (suor excessivo) era o tema, e lá fui contar a minha experiência como ex-hiperidrótica. O Doutor Jorge Cruz, que me operou há cerca de sete anos e meio, explicou muito bem as causas da hiperidrose, as implicações da doença e o procedimento cirúrgico. Grande mérito a escolha do tema, pois mesmo pelos vários contactos que recebi desde então fica bem claro que continua a haver muito a fazer pela divulgação desta doença que afeta cerca de 2% da população mundial, e mesmo entre os profissionais de saúde, com destaque para os médicos de clínica geral.
 
 
Espero que gostem e que, se dentre os meus leitores alguém tiver este problema, não hesite em dar os passos necessários para iniciar o processo de cura, ou seja:
 
- Escolha de um hospital no qual a cirurgia simpatectomia torácica videoassistida seja realizada, no setor cardiotorácico.
- Contatar o hospital, dizer a sua área de residência e perguntar se pode inscrever-se lá para a cirurgia, no caso de vir a decidir-se pela mesma. Perguntem também se ainda é necessária a carta do médico de família a pedir a consulta.
- Saber o nome do cirurgião.
- Pedir ao médico de família uma carta a solicitar consulta no hospital e com o médico acima referidos.
- Ir à consulta com o cirurgião, levar todas as questões escritas num papel, e certificarem-se de que ficam todas esclarecidas.
 
Não esquecer:
 
- Não seccionar o gânglio T2, a não ser em casos de hiperidrose craniofacial.
- Procurem cirurgiões com experiência e devidamente credenciados.
 
 
A solução existe!