quarta-feira, 25 de novembro de 2015

domingo, 22 de novembro de 2015

Cavaco Silva

É só para dizer que eu gosto muito do Cavaco Silva, nosso eterno Presidente da República. Leram bem e, não, não é ironia.

Discordo de várias posições que tomou, pontuando o voto contra a libertação de Mandela por recear violência militar sobre os portugueses a residir na África do Sul. Algumas declarações foram infelizes -sim.

Mas explico sucintamente por que é que sou admiradora do Cavaco sem ser PSD (nem PS, já agora, nem filiada em partido algum), nem de direita nem do centro nem da esquerda, mas de cima:

- Gosto dele porque não me esqueço, tinha eu uns 15 anos, da sagacidade e da paixão que representou, numa entrevista, quanto à nossa entrada na então CEE;

- Gosto dele porque para mim é o símbolo da reflexão, da coerência interna (concorde-se ou não com os fundamentos da mesma), da discrição e da força de um Grande Estadista.

- Gosto dele porque sei que preza veementemente a estabilidade da Nação, fazendo o que pode, e em condições extraordinariamente difíceis (vejam-se os últimos executivos), para que se mantenha.

- Gosto dele porque o considero meu Presidente.

- Gosto dele porque tem um espírito poético e porque se emociona com o sorriso das vacas.

- Gosto dele porque responde a todos os tipos de carisma de que Max Weber se poderia lembrar.

- Gosto dele porque sei que, sejam quais forem as decisões que tomar, e ainda que não lhe agradem, e muito menos a mim e à torcida do Flamengo, o fará com detido cuidado e aturada reflexão e preocupação.

- Gosto dele porque o considero o melhor Presidente da República e Primeiro Ministro que Portugal jamais teve.

- Gosto dele, somando-se às razões, porque a subjetividade emocional e afetiva que nos faz gostar de alguém não se esgota, felizmente, em argumentos lógicos.

É por todo o exposto e, essencialmente, pela ideia firme de que, como canta a minha amada Lauryn Hill, o respeito é o mesmo o mínimo, que acho de excruciante mau gosto o chorrilho de ofensas que navegam histericamente na net e dos media, até... políticos que se deveriam dar ao respeito. Que tal oposição civilizada ao PR, camaradas? A sério que não sabem fazer melhor?

Podiam começar a pensar em alternativas para as próximas presidenciais que não nos fizessem rir muito e desbragadamente.

Salve Aníbal Cavaco Silva.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Credencial



Hoje andava na rua ao fim da tarde

Naquela hora

Que podia ser aquela Hora

Em que tudo é ainda possível

Na vida

E pensei que amo

O silêncio sepulcral

A escuridão de corredores compridos

A insonorização do desconforto

O meu roupão Outambo-Inverno é silencioso

Aquele princípio de noite debaixo da ponte

Foi também silêncio, no início e no fim

Como será o silêncio dos que se perdem da vida,

Dos humildes que já não conseguem mais,

Que não conseguem tentar conseguir?

Deve ser muito comovente, como um silêncio de órfãos

De pombas abandonados, de gatinhos afogados no rio de Couros

Somos tão incrivelmente pequenos

Tão inexoravelmente crianças

Amo o silêncio

Sepulcral

Se for uma, turva embora,

Mas clarividente

Antevisão da minha morte

Menos mal

 

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Para não dizerem que só descarrego fúria e fel, camaradas

                                               Leo fressato - Enquanto eu não (Leo Fressato)

 
 
Ando vociferante e a pedir ataques no FB, ia deixar esta linda song para (re)temperar, quando me desparo com o seu clip, very charming indeed.
 
 
O talento de Leo Fressato não tem delongas.

domingo, 15 de novembro de 2015

Amada

                                Catherine Deneuve e Malcom McLaren cantam Paris, Paris


Pensei não pôr nada aqui sobre esta tragédia parisiense, que é humana e, por isso, universal. Como as outras todas, bem sei. O problema é que não conhecemos todos os lugares do mundo, infelizmente, nem os amamos por igual.
 
Muito pouco a dizer, tudo a fazer. Esmague-se bélica e impiedosamente o pretenso EI, já. Ah. só breve nota: estes canalhas não são muçulmanos, se tiverem alguma religião é o satanismo. Não se é o que se diz ser.
 
Cidade amada de luz, as tuas gentes e o mundo não tomado pelas trevas querem viver.