sábado, 31 de dezembro de 2016

Viva!

 
 
Não sei infelizmente a autoria desta bela pintura... mas fica a obra!
 
Estremecidos leitores algodónicos por todo este vasto Mundo espalhados, nem peço perdão, pois não o mereço. Compreendam a razão reinante da minha ausência: andei por aí a viver, a demandar, a demandar.
 
Claro que esta altura de fecho e reinício de ciclos é sempre preciosa, e claro também que isso não é desculpa para vos falar tão espaçadamente. Mas sabeis, o Espaço, o Espaço é enorme e um perde-se!
 
Para mim, o presente ano foi Amoroso e Radical. Entre coisas muito boas e delicadas e raras, entre as flores formidáveis, muitos desconfortos também me assolaram, medos e mal-estar. Desarranjos, desapontamentos, desilusões, confirmação de que nunca passarei de uma assistemática e, portanto, inimiga do sistema, mesmo sendo assim pequena e com tão pouco poder. O sistema a todos vigia e seleciona, não tenham ilusões. Leitor, atento à sua escolha!
 
Uma coisa demarcou de maneira deveras importante o ano agora quase a refluir para um Além Cronosal: ser tomada pela certeira, forte, e por vezes temível sensação do que não quero. Sempre preferi as virtudes das escolhas pela positiva. Mas o que se quer pode ser tanto, tão distante e tão difuso que tê-lo apenas por referência periga ser, curiosamente, paradoxalmente, pouco. É a sensação, estimados, de que a força das circunstâncias, se for tomada em conta, nos empurra inexoravelmente para um destino que nós não queremos que permite um certo despertar da ataraxia. É isso, essa força das circunstâncias, camaradas, que não pode ser tomada em conta, se o seu rumo não for por nós desejado. E a alternativa? Não me obriguem a vernáculos minhotos: que se arranje! Se o que não se quer é claro, verão que a alternativa positiva, que não a fuga, se espraiará viçosa e correrá aos vossos braços. Deixem e devolvam o abraço ao que não é o que não querem. Paulatinamente, deixem espreguiçar, ao seu tempo, nos rigores da sua estação própria, a floração prazenteira do que querem.
 
Tudo isto é um sopro: que nos seja longo e em delícia.
 
Feliz Ano Novo, leitores queridos! Entra em cena, fantástico 2017, e sê decisivamente Bom.