segunda-feira, 26 de junho de 2017

Gatinhas para adotar em Guimarães


Flora (esquerda) e Liz (direita)
https://www.facebook.com/As-Gatinhas-Manas-Flora-e-Liz-quem-nos-quer-adotar-separadas-ou-juntas-124871404773161/


Olá a todos os queridos leitores.

Podem pf divulgar esta página, para que a Flora e a Liz tenham um lar, agora que fizeram 8 semanas?

São muito, muito lindas e fofas.

Obrigada e abraços tamborínicos.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Ajudem-me a encontrar o Pitangui!

Pitangui
https://www.facebook.com/Pitangui-gatinho-desaparecido-no-incêndio-de-Pedrógão-Grande-1889177737966268/

 
A dramática ferocidade de um incêndio gigante não vitima, como todos sabemos, apenas os seres humanos. Também os animais, que sentem tanto quanto nós, possuem dores, ansiedades, stress, afetos, vontade de viver e de sobreviver, foram amplamente torturados, mortos e perdidos em toda esta terrível desventura.
 
O Pitangui era, ou melhor, quero acreditar que é um gato que, apesar da errância e do abandono em que deve ter vivido, se afeiçoou de forma comovente a mim e aos meus pais. Levámos ao vet, vacinámos, desparasitámos, mimámos... mas dele recebemos carinho e lealdade a quintuplicar.
 
Desapareceu da aldeia do Coelhal, Pedrógão Grande, no sábado, 17 de junho, o primeiro dia do incêndio.
 
Peço encarecidamente que ajudem a divulgar a página que fiz para ele, para que volte para nós.
 
Muito obrigada e um abraço que sei que o Pitangui partilharia.
 


quinta-feira, 22 de junho de 2017

O que nos leva um incêndio

Coelhal, Pedrógão Grande
(Foto de Zim)


64 pessoas mortas. A minoria, ainda assim atroz, em aldeias selvaticamente afligidas pelo monstro de línguas e bafo a esmo. 47 numa estrada, a tentar preservar a vida. O homem que perde a mulher e a filha, tendo seguido em carros distintos para transportar familiares. O rapaz que, desesperado, foge e leva consigo a mãe num automóvel que, minutos depois, os levaria para sempre para um triste e doloroso inexistir. O casal que, com os filhos, passara umas horas felizes na Praia das Rocas, e tantos outros. Os choques, o fumo sem fim, as mortes sentadas, deitadas no alcatrão ardente. Os meus pais e a sua aflição, felizes sobreviventes depois de terem sido rodeados pelo fogo na sua casa, com vidros a partir e a trazer ainda mais a presença de uma morte que lhes pareceu, em alguns momentos, certa. Os meus familiares e amigos aflitos e abraçados, na espera do que fosse. O gato Pitangui, que não sei se alguma vez tornarei a ver, que só caminhava entre os meus pais, que não me abandonava um segundo nos meus passeios pelo campo, que fazia “mucancas”, segundo o meu pai, para ser engraçado para nós. Outros gatos, outros cães, ovelhas, caracóis, passarinhos, serenamente inertes no chão onde se despediram de todas as canções, de toda a alegria da sombra. E outros tantos. As casas, as terras, uma aldeia que eu amava, o sítio mais amado por mim, em cinzas. O sentimento lar, para tantos. Os abraços que nunca mais se repetirão, os vizinhos que ficam sem outros vizinhos, amigos, familiares, lembranças. As lembranças daquela estrada onde também deixei uma hortense. O desespero, a minha agonia, a confusão, a dor sem córregos para continuar de forma a limpar-nos. O retardar a vontade de chorar e gemer tudo, por tudo ser tão cortante. A ferro, a fogo, literalmente. Uma cadelinha que encontrei com Leishmaniose, no lugar do Pitangui, e que pode ser tenha tido sorte.