sábado, 28 de dezembro de 2013

A importância de reler

Reading woman in violet dress - Matisse
 
Continuando em retiro campestre, dentre chuvas e ventos, jardins muito aguardados de céu azul e mais chuva, e já agora o seu pedaço de frio, celebro o facto de ao longo deste ano ter lido mais do que nos últimos tempos. Talvez há muito tempo não lesse tanto (não sendo muito), e com esta frequência, e isso alegra-me de facto. Deve dar uma média de um livro por mês.
 
Como já vos disse, ou se não disse pensei dizer, reli A Capital 16,5 anos depois da primeira vez, numas férias também campestres, também aqui. Ler o Eça no campo tem um sabor ainda mais intenso, ainda mais... queirosiano. Mas que bom. Claro que não menos do que amei a releitura, não me lembrava de praticamente nada, a não ser da marca do Eça, que percorre tudo quanto toca.
 
E na sequência dessa leitura, mais uma vez me assaltou a ideia de que é importante reler a literatura que nos é essencial. Passar quase 20 anos sem revisitar estas pérolas é uma perda enorme no nosso património cultural, estético, humano. Assim sendo, porque não tirar uma parcela das leituras do ano novo para as releituras? Hum? 3, 4 releituras por ano, não magoa e pode ser tão instigante quanto da primeira vez. Assim com os discos, também, com os filmes... E quantas vezes resistimos a rever aos quadros que nos fazem vibrar? Que jorre em nós continuamente o que por nós for amado. Para além disso, e como dizia o bom do Heraclito, "Não se entra duas vezes no mesmo rio".
 
Brinde a todas as boas leituras.

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