Quando estamos tristes, ou menos eufóricos, ou mais cansados, ou mais amargurados, ou menos resistentes à vida (por quê resistir-lhe, não deveria ser recebida como delícia?) ou, enfim, tudo isso, parece o sol uma estrela zombeteira, insolente e espaçosa. Invasiva da nossa treva quentinha, da nossa introspeção sorumbática, modelo nu trocista, a encandear-nos a neurose.
Nesses dias, prefiro um céu de cinza, em todo o esplendor do seu choro, chuva.
O céu azul apanha-nos com a sua crueldade fina, não deixa nada escondido.
Às vezes precisa-se de bruma. De escuro. De noite.
Assim se foge da luz.
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