sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O Senhor Arrumador é que sabe

Pois vinha eu hoje do labor, naquela boa antevisão de dois dias de férias (como gosto de ver o fim-de-semana), galgando a calçada, depois em linha recta, a caminho do bairro, quando passo pelo senhor que arruma os carros e a quem cumprimento todas as manhãs e ao fim do dia, se o vejo, sempre em cordial reciprocidade. Hoje desejei-lhe bom fim-de-semana e eis que o senhor se me aprochega e diz, com  entaramelada mas genuína simpatia: "Quero desejar à senhora um feliz Natal!". (Não festejo a quadra, mas considerei que não valia a pena perder-me em explicações.) "Muito obrigada, tudo de bom para o senhor!", respondi, alegrinha. Vai daí, percebi que vinha um acrescento cheio de convicção por parte do senhor: "Eu queria dar os meus parabéns, porque eu admiro muito a sua personalidade!". Afaguei-lhe o braço cordialmente e, respondendo que era muito simpático, lá me despedi.

É isto, meus caros: personalidade. Foi o senhor que disse, não fui eu que inventei, correcto? Não fui eu. Personalidade. Ora tomai e embrulhai.

2 comentários:

Imperatriz Sissi disse...

As pessoas que encontramos na rua são uma fonte inesgotável de inspiração. Não concordo com a "instituição" dos arrumadores mas há alguns muito corteses, que conheço há anos e com quem partilho sempre trocos e uns dedos de conversa.

Tamborim Zim disse...

Tb n concordo mesmo. O q é engraçado neste caso, ou melhor, o q aumenta a graça, é q eu passo sempre a pé, nem tenho carro (nem carta!), pq é assim q vou p o trabalho e q tb regresso. É bonita essa cortesia no meio daquela espécie de transgressão:))