sábado, 27 de fevereiro de 2016

Dada a cálida ambiência...

... e como não estamos todos embrulhados em cobertores a tiritar e a desejar hibernar até Maio, aqui fica uma song condizente. (E que eu absolutamente amo.)

Ah, grata muito a todos os pertinazes que visitam este espacinho de pura primaverve, grata a si, leitor, a si, leitora, por aqui, por lá, Brasil, States, Angola, Itália e outros. Beijíssimos. "Amo você(s) demais".

                                                             Otto canta Dias de Janeiro

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Bullshit - éclogas a léguas

15. Antes da bomba atómica, inventaram este cogumelo explosivo magia negra dos corações a transbordar lava e apoplexia reminiscente e projetista, arquiteturas envidraçadas e frias não faltam, nem requintes de clarividência alheia, compreensiva/compassiva.

14. Tratos de polé é o que o meu corpo sente depois desse massacre que é o de atravessar a Utopia, sinto-me na dantesca antecâmara do Inferno ilustrada por Dalí; deve ser mais fácil o sofrimento dalílico.

13. Nem todas as faixas de todos os discos de todas as fases do R. Kelly me arrancam deste outro cenário, deste outro T0: eu.

12. Eu só queria um campo aberto-fechado, muito barroco e com árvores musculadas em flor.

11. É dura a pertença; dura a não pertença; dura a pertença; dura a enfermidade da ausência.

10. Não quero estar no grupo dos que acenam com lencinhos brancos - com renda.

9. Decorar a casa nova é redecorar uma sombra de encéfalo que seja? Deus, seja!

8. Desatracar e perder a rota dos sistemas: plano mirabolante para a velhice.

7. Todas as letargias do pecado são rançosas, foscas e estupidificantes.

6. Enguiço é não conseguir avistar para além da retaguarda.

5. A vida devia ser disco voador, de tão chata.

4. Não há nada que estanque este peito.

3. Astros, desçam agora, terra, up.

2. Música, sobe, tu, down.

1. Eu: foge já.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Dúvida primavervil pré-primaveril

Apercebo-me mais, agora pelas manhãs e inícios de tarde, do canto dos pássaros lá fora. Julgo que nunca ouvi tanta passarada em lado nenhum quanto em Guimarães.
 
É já a insidiosa Primavera? Ou há tempos já cantavam mas nenhum pavilhão do meu cérebro enferrujado dera por tão garboso festival?
 
As coisas, essas, as remotas, as fundas, as do sótão, estão sempre por lá? Vamos busca-las? Nunca saíram? Estão embrumadas? Incomunicáveis, perdidas? Assobiamos, ouvirão?
 
As coisas, as coisas.
 
Oh, as coisas!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Sou mais São

A declamar Pessoa

Antónia - Santa Bárbara
 

Já há muito tempo devia ter saído posta laudatória sobre esta Daminha Atriz que, por tanto acha-la magnética, me fascina há alguns anos.
 
São José Correia corporiza, mais, carnaliza, todas as ideias associadas à mulher atraente, mulherão, mulher fatal, símbolo sexual, beleza indómita, mulher castigadora, etc. e muito. Mais importante, é uma atriz de quem não queremos afastar o olhar nem por um nano-segundo, e naturalmente que por (ainda) mais motivos do que os acima desfilados. Alia a emotividade à secura, a graça ao quase resvalar para uma certa vulgaridade que não passa de mui ténue ameaça (mas sublime), a profundidade daqueles olhos castanhos desmanteladores a uma festa espaventosa feminil.
 
Se tivesse de referir a nossa atriz mais hipnotizadora, sensualesca, animalesca, cerebral e intangível, seria São José Correia.
 
Mais bonita que apenas bonita; puro carisma; puro instinto; raça pura; puro sangue, cocktail de sangue, brasa, frutas maduras. A rebentar mais e melhor com o tempo, Cronos, há esperança.
 
Uau. Uau. Uau. Onomatopeia? Onomatopaica? Hey there?
 
Perante o indizível afunilam-se as verves.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Frases que me apetece pensar, dizer, escrever, ler infinitas vezes

A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua.
A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua.
A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua.  A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua.
A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua.
A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua.
A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua.
A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua.  A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua.
A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua.
A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua.
A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua.
A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua. A lídima guarda noturna da lua.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Gravidade

Tempo Slow (R. Kelly)
 
 

Gravity
 
Sempre achei que o filme Gravity devia ser chatérrimo. Talvez não tenha bem retido que o realizador é o Alfonso Cuarón, de quem sou fã pelo E a Tua Mãe Também, mas cujo Grandes Esperanças achei um pincel. Mas ele tem qualquer coisa.
 
Noutro dia alguém dizia que não gostava muito do R. Kelly. Eu logo afirmei ser muito fã. Tenho pensado muito neste super R&B performer, porque é um caso bicudo de apreciação. Pela antecedência criminal formal, foi absolvido de todas as acusações que lhe haviam sido dirigidas, e algumas delas bem escabrosas. Por outro lado, o que é que interessa o lado humano do artista, que importam os progenitores da arte? Não é ela, em si mesma, depois de emanar dos neurónios, das bocas, das cordas vocais, das horas laboriosas de papel e arranjos, no caso da música, um continente distinto de um ser humano com tremeliques, músculos e unhas? Não conquista o imaterial artístico uma segura independência do seu criador? Não se alforria, algodónicos, a criatura? Prefiro pensar que sim. Isto porque considero o R. Kelly um primoroso compositor, continuo a descobrir as suas produções e não paro de estacar. A crueza da lírica não consegue apagar, e muitas vezes enfatiza, o poder da melodia cinéfila e intensíssima de Kelly. Quem lê este rol singelo de anotações e queixumes que é o meu blog bem sabe que nunca música alguma superará, para mim, o fascínio, a enormidade, o gigantismo da MPB. Mas também por isso fico encantada quando conheço "novidades", ainda que carregadas de décadas.
 
Recentemente passou na televisão o filme Gravity. Estava a precisar de relaxamento quase total e aquelas imagens da magnífica Bullock a errar na negritude azul do Espaço convenceram-me. Pus a TV no mute. E a banda sonora da maior parte do filme, que vi, foi a formidável canção que deixo acima, Tempo Slow. Parecia um casamento estelar de ambiências. "Andamento lento/luzes baixas/deixa-me levar-te a um lugar/Onde só o amor se goza/Vem para o meu território/E deixa a vibração começar" (tradução minha, liberal e libertina).
 
A Bullock pelo Espaço num lugar azul e preto, a Terra abaixo, azul, a errância de todas as vidas.
 
E eu ali, na noite, no escuro da casa-cinema, com esses dois cenários fundidos mais a paz da gata Paloma, eu a DJ dessa improbabilidade surreal.
 
Tenho de dizer que amei.
 
Céus, como gostava de errar pelo Espaço e voltar!


domingo, 7 de fevereiro de 2016