Encarar. Prosseguir. Oh sim. |
Serão os meus quase quarenta anos. Sim, os meus trinta e seis anos. Será isso que motiva uma clarificação interior maior em relação ao que penso, sinto, e às dúvidas também, às dívidas de organização e certeza.
Talvez haja uma natural confiança que nos permite encarar defeitos, limitações e acessos de Diva como efetivamente constituintes da nossa pessoa; alvo de correções, acertos, inflexões ou suavizações, mas factuais.
Imagino que a nossa passagem pelo tempo, a maturação das rídulas configuradas nas incertezas e intermitências dos dias, nas insatisfações experimentais com que nos brindam e nos brindamos, nos faça aderir ao apelo da objetividade. E a assunção de que há coisas que são mesmo assim. Que uns caem em graça e que outros não, que uns gostam de nós genuinamente e apesar das nossas falhas, e que outros não nos suportam por causa das nossas virtudes.
Muito provavelmente, é esse tempo que chega, ou ao qual chego, que vai permitindo destrinçar prioridades e valorizar o que tem realmente mais valor. Esse cálculo distingue a inteligência com que conduzimos as nossas vidas.
E apesar de toda a imperfeição, também este já longo convívio comigo, desde o meu sempre e para o meu sempre, me faz ter paciência com os meus devaneios, tolerância para o ego leónico-dragónico, relativização no entendimento do mundo.
Sobretudo, é com convicção que cada vez mais prezo umas coisas e me estou nas tintas para outras.
Desde que a nossa sensibilidade não se debilite significativamente, cultivar um certo desprezo por amplas facetas da existência não faz mal nenhum. Só bem.
5 comentários:
Grande post. A idade, tempo, percurso, seja lá o que se chame, dá nisto. Podemos dar-nos ao luxo de pensar, sentir e ser. Nem mais.
E quem não gostar que vá indo....
Cheers! E gratim:)
Cheers para ti também.
Ninguém diria que estás perto dos 40. E este post diz tanto do que sinto hoje que às tantas nem sei porque não apago o comentário e pronto. Nada a acrescentar, portanto. :)*
N apagues querida Lamparina, q gosto tanto de ler-te! Ai, olha, isto são os momentos, são os momentos!
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