segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Reprovação


 

Reprovada


Chega-se a conclusões

Todos têm teorias

Familiares, genéricas, transgénicas, psiquiátricas, psicológicas, podológicas, fodológicas

O Diabo

Tudo para, ao fim e ao cabo

Sempre da tormenta, jamais da boa esperança

A verdade bater com as mil raivas ressentidas da maré na rocha em pedaços milenares

Eu não sei ser

Não sei ser

Simplesmente

Dificilmente

Não sei ser

Foi coisa que  nunca aprendi, como às matemáticas

Inculpe, é burrice

Por isso sofro

Por isso como

Por isso não corro

Portanto  morro

Mais depressa que o minuto, que o romper da chuva

Que o piscar do olho da Sombra

Esta mescla, esta incerta

Merda

Nunca teve, nem terá

Qualquer manual

Mesmo os teus olhos, que passaram

Não o eram

Nem os abraços se interpretavam

Não há guia

Para ao cegos do coração

E do juízo

Que me importa o que seja,

O que voe

Sondar o que se deseja

Analisar circuitos equivocados de uma vida?

A dor é uma via láctea de mágoa

E a alegria, uma ilha

Eu não

Sei ser

E mais, amigos

Queridos

Não posso escrever

Nem fazer

Porque tudo o que eu posso

Porque tudo o que eu sei

É não saber

Ser

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