Reprovada
Chega-se a conclusões
Todos têm teorias
Familiares, genéricas, transgénicas, psiquiátricas,
psicológicas, podológicas, fodológicas
O Diabo
Tudo para, ao fim e ao cabo
Sempre da tormenta, jamais da boa esperança
A verdade bater com as mil raivas ressentidas da maré na
rocha em pedaços milenares
Eu não sei ser
Não sei ser
Simplesmente
Dificilmente
Não sei ser
Foi coisa que nunca
aprendi, como às matemáticas
Inculpe, é burrice
Por isso sofro
Por isso como
Por isso não corro
Portanto morro
Mais depressa que o minuto, que o romper da chuva
Que o piscar do olho da Sombra
Esta mescla, esta incerta
Merda
Nunca teve, nem terá
Qualquer manual
Mesmo os teus olhos, que passaram
Não o eram
Nem os abraços se interpretavam
Não há guia
Para ao cegos do coração
E do juízo
Que me importa o que seja,
O que voe
Sondar o que se deseja
Analisar circuitos equivocados de uma vida?
A dor é uma via láctea de mágoa
E a alegria, uma ilha
Eu não
Sei ser
E mais, amigos
Queridos
Não posso escrever
Nem fazer
Porque tudo o que eu posso
Porque tudo o que eu sei
É não saber
Ser
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