Foto de Zim |
Nesta epopeia de primeira juventude, o autor fala-nos da sua paixão pelo futebol, e do seu talento sem oportunidades na modalidade, das viagens pela América, entre as saudades do Sul e a rendição à loucura de Nova Iorque, da marinha de guerra e da marinha mercante, da amizade e da importância de se haver consigo, do fascínio literário e da sua maior viagem: a da escrita. Escrito em 1967, o livro centra-se nos últimos anos dos anos 30, até 44. É também um retrato de outro tempo, de um certo código de honra quase cavalheiresca entre pugilatos, experiências brutas e alguma sincera ingenuidade. Nunca ausente a candura e a ternura deste Kerouac. O mais presente: a sua inexprimível avidez, no rastro da qual deixa milhas de linhas, metáforas, excertos de vida, fotografias que, rápidas e irremovíveis, tomam o seu justo lugar no nosso álbum dos Amigos Literários (como chamo aos escritores amados), passes, dribles, copos, mágoa e uma doce, muito doce, tangível melancolia, húmida cola emocionante dentre as páginas desta longa carta de Jack. "Onde está ele, esta noite?"
Pude estar com ele em recanto, em recato, a céu aberto, sob o voo dos pássaros.
"(...) onde estou eu, onde estás tu?"
2 comentários:
Fiquei convencida. Vou ler. Não entre passarinhas e bucólicas invasões no eucalipto alheio, mas num recanto assim mais a atirar para o areal da Fonte da Telha em fim de época estival.
Onde está ele? Onde estás tu? Onde estou eu?
Ai, sei lá pariga.
kkkkkkkkkkkkk Ai melher...zei lá também? Não é a perdição a nossa rota??
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