quinta-feira, 6 de junho de 2013

Declaração de princípios e de fins

Chemin - Claude Monet
 
 
Vamos a ver se nos entendemos.
 
Hoje fiz uma boa limpeza de Facebook, e parte das razões deveu-se a andar exaurida de tanta estupidez.
 
Por exemplo, a quantidade de alminhas pretensamente mais esclarecidas que o Universo inteiro, que clama aos quatro ventos que a Angelina Jolie tirou DUAS mamas por estar metida numa enorme conspiração de Bilderberg, e por benefícios bilhardários relacionados com os exames de saúde e com patentes e o demo a sete!... E depois com comentários ordinaríssimos à mistura. Está bem de ver, meus camaradas, que a Jolie, alta, linda e loura (sic), riquíssima, apreciada profissional e socialmente, estava ansiosa, doidona mesmo, por amputar partes do corpo para ganhar mais uns milhões. A parvoíce e sobretudo o desrespeito são ilimitados, minha gente, e isso ira-me!
 
Depois é toda a confabulação dos falsos revolucionários/as que se pretendem mais cultos que tudo e todos, mais atentos, esclarecidos, civilizados, que diabolizam a televisão mas partilham sem dó nem piedade toda e qualquer fábula conspirativa no FB, as histericazinhas abortistas do "ai, ui, o corpo é da mulher", gente incapaz de discutir ideias sem pretender ferir a dignidade do interlocutor, grosseira, impaciente, mal-educada, poucochinha, ofensiva! Pretensamente abertos, mas afinal fechados na sua parvulez.
 
Distinguir o trigo do joio é, diz-mo cada dia, sempre mais essencial. E se políticas criminosas e danosas são de acabar, também não queria ser governada por gentalha desta.
 
O nosso fim deve ser o da justiça, da verdade, da clareza, da ética. Os meios para atingir esses fins devem ser os mesmíssimos.
 
Há quem diga não ser da esquerda nem da direita, mas de dentro. Há quem diga não ser da direita nem da esquerda, mas da frente. Eu digo que não sou da esquerda nem da direita. Sou de cima. Mais acima, mais acima. E como eu, tenho a certeza, muitos mais. Mas, talvez, cada vez menos.

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