quinta-feira, 27 de junho de 2013

Tudo o que é preciso

Pintura de Pal Merse Szinyei
 
Talvez não pareça, mas costumo achar-me estupidamente otimista. Acho sempre que tudo vai acabar no melhor dos mundos, e consigo ser mais crente nisso do que o Leibniz.
 
Ultimamente, então, dou comigo a nutrir-me, e penso ser esse o termo adequado - nutrir-me -, de pensamentos positivos e de uma procura de conforto na acalmia e nas coisas saudáveis. Sinto-me gorda? Sinto. Mas ao mesmo tempo que inicio um esforço não obcecado para corrigir isso, não deixo de considerar, com obesa bonomia, que o estou porque acumulei muitíssimos momentos de intenso prazer do palato - como é meu hábito esclarecer, não engordo com o que não gosto muito. Ainda não consegui fazer uma das coisas que mais queria, e para a qual posso eventualmente ter mais jeito? Calma, é talvez porque esta delonga não deixa de ser maturação, porquanto todos os elementos das vivências, visões, desilusões e sonhos estão em lume brando até atingirem aquele certo, determinado ponto, em que a coisa se . Dar-se-á? Não sei, mas a imagem é bonita, não é?
 
Não temos tudo o que queríamos na nossa vida laboral? No worries, apliquemo-nos a adestrar a motivação que genuinamente temos para não esmorecermos. Ainda que invisíveis, mesmo se não ouvidos, embora tudo pudesse ser melhor, mais afinado e mais justo, importa que prossigamos no nosso tom, e num tom certo. Não nos desgastemos com ninharias e não deixemos de nos divertir com o que gostamos de fazer.
 
Sentimos a crise na conta e no bolso? Certainement, mas torneie-se a questão com inteligência, bom senso e humor. Procuremos opções mais simples, troquemos as férias de uma ou duas semanas no estrangeiro por mais tempo no campo, ainda por cima se vibramos com a salutar natura!
 
Perdemos demasiado tempo na vida? Ora, não percamos ainda mais a lamentá-lo, frua-se com deleite, puro deleite, o que nos dá prazer, mesmo que seja estacionar no sofá, dormitar, computar!
 
É preciso tempo, tempo e espaço. É preciso água, urge a máxima amplitude da paisagem. É preciso beleza, ansiamos por mar. É preciso nadar, e nadar, e nadar. E não deixar que nada nos tire o dom de flirtarmos com a vida.
 
É preciso saber amar a vida.
 
É preciso amar.

3 comentários:

Anónimo disse...

mesmo quando não sabemos o amor é preciso amar, sim. com calma esta ternura.

Tamborim Zim disse...

O amor sabe-se de cabeça, e de sentimental sabor. Viva o amô! :)

Anónimo disse...

sabe a cabeça, o amor