domingo, 2 de junho de 2013

Manif e o futuro deste presente

 
Uma Fonte realmente Luminosa
(Foto de Zim)
 
No dia da criança (acho mal já não ser presenteada), a manifestação dos povos contra a troika e respetivas consequências danosas de gestão para a economia dos países e a vida das pessoas foi, ela própria, um pouco criança. No sentido de alguma dispersão mas, sobretudo, da pouca afluência de manifestantes. No mais, teve a maravilhosa espontaneidade pueril, quando se ouviam vozes diversas, e viam cabeças anunciando a "revolução grisalha", e tantas gerações, dos muito pequenos aos muito grandes, em claro sinal de descontentamento e de máxima vontade de
 
 
TRAVAGEM.
 
 

Fui, como sempre, como cidadã independente, desvinculada de quaisquer grupos e associações, mas quis marchar ao lado de diferentes ondas, tendo gostado muito de integrar também a massa dos reformados indignados.
 
 
No caminho para casa, um senhor faz-me parar na rua, apontando para o meu cartaz, e salientando que enquanto não se mudarem os artigos da Constituição que dão aos partidos políticos a representatividade exclusiva, de nada adianta ir para a rua. Obviamente, discordei. Pessoalmente, não sou pela chamada democracia direta (que também não era o sugerido por este senhor), apesar de encontrar virtudes explícitas no conceito. Porém, penso que deveria haver massa crítica, neste momento, para a formação de alternativas partidárias suficientemente credíveis para nos abalançarmos noutras direções. Continuo a acreditar no PAN, mas um crescimento e uma afirmação rápida são condições impiedosas. Há tanta vontade, ou melhor, tanto cansaço e tanta reprovação por parte das pessoas dem relação ao sistema em que vivemos - por que não avançar, quem se sinta capaz disso? Tudo o que as pessoas querem é gente séria, enquadrada em formações idóneas, a quem dar um voto literal de confiança.
 
Paralelamente a tudo isso, a atividade civil não pode afrouxar, pelo contrário, precisa de sofisticar-se e de caminhar no sentido da coesão. Nada contra movimentos espontâneos, jovens, crentes. Mas são necessárias associações intergeracionais críticas e atuantes. Precisa-se de maturação mas - oh, ironia! - a maturação requer tempo.
 
E tempo é coisa que não temos antes de nos precipitarmos como Nação no abismo total.


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