sábado, 22 de dezembro de 2012

Drão, Grão, Gilão

Drão (Gilberto Gil)

Alvíssaras, alvíssaras, amigões do fundão do coração! O meu problemão de acentuação já não apoquentará mais, e agora quero é acentuar como se não houvesse mil amanhããããããããããããs! (Calma, não é vírus mas entusiasmo.)
 
De repente, tratou-se de um vão (aliás, não vão - só para acentuar mais um pouco ou, em italiano, un pò) repente. Repito: um só momento. Mudei teclados, tavez tenha tido interferêêêêêêência, não sei. O que posso contar é que acabara de responder a um e-mail sem acentos, com aquela humilhação retraída, típica destes infelizes condicionalismos da existência, e que logo em seguida, no motor de buscão do sapão, o acento encontrou obedientemente a vogal escolhida, e o meu dia já não foi o mesmo: um sol de literacia rasgou o dia cinza, ademais muito feliz pelo regresso da Mana da terra dos longes, de altitudes altíssimas, de ões e ães de distââância!
 
Claro que, tendo sempre um gira-discos dentro desta minha cabeça, me ocorreu logo uma música que amo por demais, de autoria do génio, lindo, inspirador, fabuloso de outro mundo Gilberto Gil: Drão. A canção é, atentem bem neste lance digno dos ases da bola, um grão são de estupendíssimo quilate aurífero. Fiquei a saber, hoje, neste feliz dia acentuado - e pós fim do mundo, o que provavelmente significa que morri e estou no El Dorado - que o Gil fez a música na altura em que se separava da sua ex-mulher, Sandra, a quem chamava por vezes de Sandrão, Drão. Basicamente, importa agora que é uma obra-prima do cancioneiro e do poemáááááário mundial, intitulada por um deleitoso ditongo. Que aqui nos cai tãããããão bem.
 
Abração - e apurada audiçãããããããããão.

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