Alerta roxo! Zim enfrenta a rua. |
Dentre as pedras rachadas dos passeios, bichos há muito migrados para ignotas profundezas tentam, a custo, avistar a luz elétrica do dia. Lutam com enormes blocos de terra, pedrinhas e intrusivo lamaçal. Os prédios relincham de dores na coluna, ausentes de muitas telhas, e vidros labutam dolorosamente para se manter intactos ao sopro dissonante do vento uivante, vento lobo, vento furibunda alcateia.
Diz que várias árvores desmaiaram e outras simplesmente feneceram, esmagadas pela força dos caprichos da Terra, num último olhar furtivo deitado, a custo, ao céu implacavelmente sólido, em busca de um rastro de estrela esquecido. Confirma-se, porém, que todas as estrelas voejaram desordenamente pelas galáxias, aos encontrões a planetas novos que, lançados pela força das ocorrências noutros espaços, vieram de recuados desmundos e tempos.
Nas ruas, as pessoas colam-se às paredes frias dos edifícios para evitar o ataques de postes, bancos de paragens e, mais grave, automóveis. Diz-se mesmo que carros voadores atingiram Marte, vindos diretamente de Lisboa.
As estocadas persistem na enlouquecida orquestra deste sábado intempestivo.
E no meio de tudo isto, camaradas? No meio de tudo isto, com poças oceânicas pelo meio, escombros citadinos e até popas de navios desarvorados no Tejo pelas ruas, terei de enfrentar metros e metros de estradas e passeios para me abastecer de pão e outros quesitos alimentares. Desejem-me sorte, vou tal como supra, vou tal como supra!
Um ou outro exagero não será significativo...
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